segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Brincar é importante para o cérebro


Brincar é importante para o cérebroBrincar não é só coisa de humanos. Na natureza, a brincadeira é comum entre os mais variados animais, sejam mamíferos, aves, répteis, até alguns animais invertebrados, como o polvo e a abelha. O fato de a brincadeira ser tão difundida sugere que ela surgiu há muito tempo na história da evolução.
Apesar de associarmos o ato de brincar à simples diversão, se a natureza manteve essa característica ao longo do processo evolutivo das espécies, ela deve também servir a algum propósito vital. Cientistas estão descobrindo que quando seu filho está brincando, ele está fazendo algo crucial para a sua vida, pois a brincadeira auxilia no desenvolvimento dos cérebros das crianças.
Mas como podemos saber quando uma pessoa, ou um animal qualquer, está brincando? Pesquisadores utilizam três critérios. Primeiro, a brincadeira se assemelha a um comportamento sério, como caçar ou fugir, mas é feito por um animal jovem ou é feito de maneira exagerada, desengonçada, ou até modificada. Segundo, a brincadeira não possui nenhum propósito imediato de sobrevivência, sendo feita de maneira voluntária e prazerosa. Terceiro, a brincadeira acontece quando um animal não está sob estresse e não tem algo mais urgente para fazer.
Além de definir o que é brincadeira, os cientistas também identificaram três principais tipos de brincadeira. A mais comum é a brincadeira com objetos, o que geralmente é feito por espécies que caçam ou se alimentam de uma grande variedade de comidas. Quase tão comum quanto é a brincadeira locomotora, como ficar pulando sem motivo aparente, e é feita por animais que se movem bastante e geralmente têm que fugir de predadores. O terceiro e mais sofisticado tipo de brincadeira é a social. A brincadeira social pode ter várias formas, incluindo simulação de luta ou corrida, onde o principal componente é o fingimento.
O grande motivo pelo qual os animais brincam é porque é divertido. A razão parece ser simples, porém a habilidade de se divertir com uma atividade é uma característica de sobrevivência. Nosso cérebro já vem programado, através dos nossos instintos básicos, para gostarmos de atividades que nos ajudam a garantir nossa sobrevivência, como comer, fazer sexo etc. Isso porque quando fazemos algo divertido o cérebro libera dopamina, um neurotransmissor que ativa o circuito de recompensa do cérebro e nos dá a sensação de querer mais.
A brincadeira também ativa outros sistemas do cérebro, fazendo com que se libere noradrenalina, um neurotransmissor que nos deixa atentos e prontos para ação. A noradrenalina facilita o aprendizado e até melhora a plasticidade cerebral. E o mesmo vale para a dopamina, pois os mecanismos de plasticidade são fortemente facilitados quando ocorre uma recompensa.
Quando um animal está sob estresse, seu cérebro libera cortisol, porém foi comprovado que a brincadeira não promove a liberação de cortisol. Portanto, é seguro afirmar que se você está sentindo que a brincadeira é uma fonte de estresse, é você que não está sabendo brincar. Até quando se joga videogames violentos, ficou provado que o nível de cortisol não aumenta.
Sob o ponto da neurociência, as condições necessárias para se ter uma brincadeira – a liberação de transmissores que elevam o aprendizado sem provocar estresse – permitem ao cérebro explorar possibilidades e aprender com elas. Assim, uma das principais funções da brincadeira pode muito bem ser a de oferecer treinamento para a vida real, preparando a pessoa (ou outro animal) para quando as habilidades aprendidas forem realmente necessárias.
Para muitas pessoas, a brincadeira continua na vida adulta e é um dos principais responsáveis pelo sucesso na solução de problemas. Engenheiros geralmente relatam que gostavam de montar e desmontar coisas quando eram crianças. E o trabalho na vida adulta é geralmente mais efetivo quando ele se assemelha a uma brincadeira.
É por esse motivo que o Cérebro Melhor utiliza jogos desenvolvidos especialmente para exercitar suas habilidades cerebrais. Crianças, adultos e idosos podem se divertir enquanto melhoram sua memória, atenção, linguagem, raciocínio lógico e visão espacial. Experimente você também!

Colaboração prof. Haroldo

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