Quadro Negro

Acho interessante poder contar para professores alunos e amigos algumas coisas que ocorrem dentro da vida de professor, vou deixar aqui algumas histórias pessoais e de colegas, passadas nos corredores dos colégios e escolas. Caso você tenha alguma história interessante mande para nós!
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Matemática no ensino médio

Isto foi comentado na sala dos professores...

Alguns professores estavam comentando as habilidades das professoras de história e filosofia, pois estas iriam dar uma aula de matemática para os alunos, usando o filme a História de PI ... e os alunos preocupados! sem comentários.
Mais o mais incrível foi a professora de matemática, questionar os alunos sobre o que os mesmos sabiam.
- Zé, você sabe o que é PI?
- Sei sim professora. É fácil 1, 2, 3 ... PI, 5, 6, 7, . . .
"Oiii, lá, lá, lá, lá hey. lá, lá, lá, lá hey Silvio Santos vem ai ...."


Professor em apuros

Os fatos aqui narrados aconteceram realmente e foram distorcidos um pouquinho para a história ficar mais interessante, a realidade é muito chata....

Casualidade é algo que torna nossa vida interessante. Nunca sabemos o que pode acontecer . . .
Era um domingo, aparentemente normal, fora a realização do vestibular naquele dia, o que torna o transito um pouco mais agitado do que o normal. La vinha o professor com sua Harley Davidson de 900 cilindradas, toda preta e com detalhes cromados, alforjes de couro e todos os opcionais possíveis para incrementar sua moto, desfilando pelas ruas de Curitiba. Camiseta branca, colete de couro, óculos escuros (estilo CHIP'S, lembra do seriado com o John Poncherelo?), calças jeans, botas cowboy. Lá ia nosso tranquilo professor, acelerando pelas ruas, fazendo aquele barulho alto que deixa você quase surdo, quando chega perto. Afinal, 900 cc e um capacete, te deixam alheio à tudo. Passando por uma ou outra rua, entrado em qualquer viela, lá ia nosso herói da sala de aula alheio a tudo. Ai tudo mudou, o destino colocou seu dedo no caminho do professor. Ele entrou numa rua, mas estava distraído e não percebeu o acumulo de pessoas, foi avançando, quando saiu na rua principal teve a surpresa. Já estava participando do desfile da Parada Gay de Curitiba. Perdido sem saber o que fazer em meio a toda fauna e flora ali existente, teve que continuar em sua moto, andando mais devagar possível. Desesperado, sem saber o que fazer e sem possibilidade de sair do desfile. Olhava para o lado e via toda alegria dos participantes, se beijando e abraçando, homens vestidos de mulher, sapatonas, bichas, bibas, boiolas e rapazes alegres de todos os tipos, go go boys, drag queens, travestis e ele desesperado no meio, suando frio. Na cabeça, já imaginou as manchetes de jornal "Gays fazem a festa" e sempre tem um fotógrafo pronto pra tirar uma foto, já pensou uma primeira página, ele e sua moto e toda a passeata juntos? Ao olhar um casal de barbados se beijando, se distraiu o suficiente, para que um traveco siliconado tentasse subir em sua moto. Por sorte, o traveco era gordo e não conseguiu subir no banco da moto, devido ao encosto do passageiro. No desespero, nosso herói acelerou um pouco e consegui, abrir caminho na multidão, deixando o traveco com os seios à amostra, decepcionado. Desvia de um, desvia de outro, um vazio, uma rua, enfim a saída.
Ao chegar em casa, a mulher pergunta:
- Nossa, demorou!
- O trânsito tava lento, parece que todo mundo resolveu sair na rua hoje!



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 Uma professora me contou...


a nossa profissão é a única em que o professor reza pra se aposentar, pra ficar doente, faz de tudo pra não ter que ir trabalhar. O professor torce até pra ficar velho mais depressa pra não ir pra sala de aula. É o fim da picada...
O pior é que agora estão estudando para que os alunos passem direto, ficando retidos apenas nas antigas 4° e 8° séries, não reprovam mais. Vamos ter alunos que não sabem fazer continhas, nem saberam ler gibis. O professor serve pra que mesmo?

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Um aluno que promete

Diz a lenda que num final de ano na UFPR, como de costume os professores do laboratório de física, ficam sempre com uma quantidade enorme de provas para corrigir. Nesta época, as correções eram realizadas integralmente pelo professor da turma, hoje, cada professor corrige uma ou duas questões e assim cada professor, ajuda na correção geral das provas. Isso ocorre para as turmas das engenharias apenas, devido a quantidade de turmas. Mas voltando o tal professor, como de costume, escreveu todas as questões da prova e as resolveu para usar de gabarito. Lá pelas tantas já nem usava mais a folha, pois já tinha memorizado as respostas.
Duas horas depois, tudo terminado, todas as provas corrigidas, com todo o rigor possível, o tal professor vai preencher seu livro de chamada e colocar as notas em edital. Uma a uma as provas são, vistas novamente e o trabalho de lançar presenças e notas segue até que o professor se depara com uma pova que havia passado despercebida:
- Puxa, esse aluno promete! Não, isso aqui não está correto, falta esse detalhe. Aqui ele poderia ter, colocado esta formula, falta dizer de onde ele iniciou o cálculo. Tá vou dar um 8.
Era o gabarito, que o próprio professor tinha corrigido.
Ninguém é perfeito!

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Um professor de português me contou essa. Leia e chore!

Na aula de português o assunto eram os gêneros masculino e feminino. Após explicar o assunto o professor começa a verificar o quanto a turma tinha aprendido do assunto.
- Então, tá. Vamos começar, vou falar o masculino e vocês me dissem o feminino.
- Fulano, feminino de Rei.
- Rainha, professor.
- João, feminino de macaco.
- Macaca, professor.
E assim vai, questionando a turma quase que um por um, até chegar no Zezinho.
- Zezinho, feminino de deus.
- Nossa Senhora Aparecida!
Todo mundo riu.

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Piadinha

O professor coloca quatro lombrigas em quatro tubos de ensaio separados:

1. A primeira lombriga em álcool;
2. A segunda lombriga em fumo de cigarro;
3. A terceira em esperma;
4. A quarta em água mineral.
No dia seguinte o professor mostra aos alunos o resultado:
1. A primeira lombriga, em álcool, está morta;
2. A segunda, no fumo do cigarro, está morta;
3. A terceira, em esperma, está morta;
4. A quarta, em água mineral, é a única viva e saudável.
O professor comenta que é bastante nítido o que é prejudicial, e
pergunta à classe:
" - O que podemos aprender desta experiência?"
E, "de pronto", responde o Joãozinho:
 - Quem bebe, fuma e faz sexo não tem Lombriga!
Continuo achando o joãozinho um gênio.

E existe um joãozinho em cada sala.


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Começando do começo - como virei professor!

Quando ainda trabalhava na industria existia um dos colegas de serviço muito cheio de si, do tipo arrogante e falador. O qual veio falar para todos que quisessem ouvir, que estava fazendo faculdade. Já não gostava muito da pessoa, era um excelênte funcionario, até eramos amigos, mas não gostava da maneira dele, além de tudo era um dos donos da empresa.
Empresa familiar é uma porcaria, as vezes mesmo o camarada não trabalhando nada era valorizado, por que era da família. Pior é que nem dava pra falar mal,  porque sempre tinha um tio, sobrinho um primo trabalhando junto. Mas isso faz parte.
Como não queria ficar no mesmo nível que o tal camarada, afinal na empresa só existiam 3 funcionários com graduação universitária (um dos donos, um funcionário tercerizado e eu), resolvi fazer uma pós graduação.
Achei uma muito interessante sobre automação, na época poucas pessoas trabalhavam com isso na empresa. Iria aprender e derepente valorizar ainda mais minha carreira. O problema era como pagar, na época 400 reais por mês era muuuuuuuuuuuito caro. Acho que um terço do que eu ganhava. Mas resolvi fazer, falei com meu chefe (que era irmão do arrogante do início da história) e pedi para a empresa pagar.
Em qualquer boa empresa que vê uma oportunidade de investir no funcionário e obter um retorno isso seria fácil. O meu problema foi uma questão de tempo, sim, naquele tempo a empresa alem de não pensar assim, não era ha número um do mercado, apenas ouvi uma risada e não esperei a resposta.
Resolvi, bancar eu mesmo a especialização, mas escolhi uma especialização bem mais barata. Ensino de Ciências.
Interessante que todos os alunos eram professores, menos eu. Mesmo assim consegui superar as dificuldades e segui em frente. Chegou lá pelo final do curso, a notícia de um concurso para professores. De tanto me perturbarem acabei fazendo a inscrição. Existiam vários assuntos e alguns eu nem fazia idéia de como seriam, comprei um apostila para estudar. Foi uma dificuldade só, não achava em lugar nenhum, quando consegui achar, dei uma rapida olhada. O assunto sobre educação era de matar, 200 páginas com letras miúdinhas e um assunto sobre leis e pensadores que nunca tinha ouvido falar. Mesmo assim, li tudo.
Bem li tudo até a 3 página, depois deixei num canto, nunca mais procurei.  Ainda assim com a cara e a coragem fiz o concurso e passei. Alguns dos professores que estudavam comigo, acabaram não passando, fiquei triste e alegre ao mesmo tempo.
Faz exames, pega documentos e o pior, praticamente faltar um dia de trabalho. Quando falei que tinha passado no concurso, a cara do meu ex chefe, foi modificando ficando cada vez mais fechada. Me liberou mesmo assim, desde que não atrapalhasse o serviço. Para mim como falei para ele, seria como uma hora extra, mas a empresa acima de tudo. Que coisas temos que dizer para conseguir os nossos objetivos.
Após ficar um dia inteiro em uma fila entregando documentos, passei mais uma manhã procurando um colégio. Lá encontrei um ex colega da universidade, o Júlio.
- E ai beleza, bicho só não vá me tirar as minhas aulinhas lá no Cecília. Você foi melhor que eu, não vá me sacanear - Ele dizia.
Nem sabia que esse era um lugar que eu nem queria passar perto, sempre ouvi falar da má fama do colégio. De alunos riscarem carros, de brigas. Cecilia meireles jamais. Numa dessas ocasiões já tinha dado aulas, mas de matemática em um colégio, o Paulo Leminski. Não tive dúvidas, fui para lá.
Não sou racista, mas aquele dia fiquei com raiva de um moreno. Ele era um professor que havia sido aprovado em física e matemática, quando cheguei no colégio ele por ter tido as melhores notas pegou todas as aulas de física da noite, eu só poderia trabalhar neste horário para manter o outro emprego. Triste, já tinha deixado o concurso de lado, afinal, pra que ficar stressado. Ganhava 3 vezes mais na empresa, não tinha necessidade de fazer isso. Queria fazer apenas para dar continuidade na "tradição de família". Minha avó era professora, minha mãe, minhas tias.
Vou para o ponto de ônibus, olho na carteira, só cartões e o dinheiro para uma única passagem. Bem só preciso de uma mesmo. Durante os 5 minutos que o ônibus levou da escola até o terminal, minha cabeça ficou martelando, o núcleo de educação fica na outra direção, é só mais um ponto, mas se vou pra lá vou ter que andar até achar um banco para tirar dinheiro. "não acho que não vale a pena, ganho mais", "mas é mais uma oportunidade". Tanto martelei na cabeça que peguei outro ônibus e fui para o núcleo de ensino.
Chegando lá mais uma descepção, não existiam aulas em um único colégio, teria que desistir. Nunca conseguirira indo de ônibus estar emdois colegios durante a nóite. Foi quando o chefe do núcleo pediu para aguardar um pouco. Puxa sempre ouvi dizer que faltavam professores de física. No concurso eram 180 vagas, passaram apenas 151. Aquele velho de cabeça de algodão, me olhou de cima a baixo e disse.
-Bem, tenho 20 horas (pensei que sorte exatamente a quantidade de horas que eu preciso!), é no Cecilia Meireles, só que é EJA.
- Putz, pensei,  justo no colégio que eu falei pro Júlio que nem queria ir, ah, danesse. EJA, nem sei o que é isso, acho que deve ser alguma coisa para alunos com problemas mentais. (na verdade eu não tinha a mínima idéia do que era o EJA - Ensino de Jovens e Adultos, e realmente pensava que era para alunos meio doidos, justamente pela má fama que tinha ouvido falar do colégio).
Falei na hora, para o chefe do núcleo:
- Ah não tem problema, quero a vaga.

E pensar que com tudo indo contra, até aquele momento, começei minha carreira como professor, até acabei conhecendo minha esposa e já se vão 7 anos. As coisas mudam ...