quinta-feira, 31 de julho de 2014

Física forense


Posted: 29 Jul 2014 04:29 AM PDT
Por: Rafael Gama Vieira


Todo professor de Física certamente já ouviu a pergunta: “Professor, por que devemos estudar Física?”. Nesta hora pensamos em milhares de aplicações para esta ciência, tentando justificar para o aluno o seu estudo. Neste texto mostrarei uma aplicação bastante interessante, a Física Forense.

Segundo o dicionário Michaelis, a palavra Forense significa “algo que se refere ao foro judicial, relativo aos tribunais”. De acordo com o professor e perito criminal Dr. Osvaldo Negrini Neto:
 ”Física Forense é a parte da Física destinada à observação, análise e interpretação dos fenômenos físicos - naturais - de interesse judiciário. Dentre estes se destacam os relativos aos acidentes de trânsito. Tais fenômenos podem ser vistos como parte da dinâmica dos corpos rígidos, sob certas condições, e assim têm sido tratados por especialistas na área.”

Ao lermos estas explicações, logo nos lembramos dos filmes e seriados norte americanos baseados em investigações criminais, onde os peritos trabalham em laboratórios com equipamentos de última geração e supercomputadores capazes de fazer coisas incríveis. Porém, veremos que apenas a Física básica ensinada no ensino médio é suficiente na resolução de alguns casos envolvendo acidentes de trânsito, por exemplo.

Imagine que você está andando tranquilamente com o seu carro e, quando vai atravessar uma rua, um motorista apressado que vinha pela rua perpendicular não consegue parar, colidindo então com o seu veículo.

Figura 1 - Colisão de Veículos. Fonte: http://medcore.com.br

O motorista afirma para os policiais que sua velocidade era compatível com a via, porém, se isto fosse verdade ele provavelmente teria conseguido parar o carro antes da colisão. 

Para saber a real velocidade do veículo, os peritos utilizam o conceito de conservação da Quantidade de Movimento. Vemos em Física que esta grandeza é obtida através do produto entre a massa e a velocidade de um móvel, ou seja:


onde P é quantidade de movimento, m a massa e a velocidade do móvel.
Como temos a conservação da quantidade de movimento, dizemos que Pinicial é igual a Pfinal:


Considerando agora um sistema envolvendo os dois carros, temos:


onde v é a velocidade inicial e u a velocidade final dos carros. 
Considere que após a colisão, os automóveis seguem nas direções conforme a figura a seguir:


Figura 2 – Posição dos veículos antes e depois da colisão. Fonte: O Autor


Chamamos de αa e αb os ângulos antes da colisão e βa e βb os ângulos depois da colisão.

Neste caso, manipulando a equação acima e considerando estes ângulos temos as seguintes equações para as velocidades iniciais dos carros:


Note que nestas duas equações precisamos saber as velocidades dos veículos após a colisão. Para isso, novamente utilizamos a Física básica.

O perito irá verificar a marca dos pneus deixada pelos carros no asfalto, medindo então a distância que eles percorreram até parar completamente. Como o pneu está deslizando sobre o asfalto, temos então uma força de atrito envolvida e, sabendo disso, podemos encontrar a velocidade final dos automóveis.

Para isso precisamos então da equação de força de atrito:


Como estamos lidando com forças, precisamos relembrar também a segunda Lei de Newton:


Igualamos então as duas equações e evidenciamos a aceleração:



onde μ é o coeficiente de atrito entre o pneu e o asfalto e g a aceleração da gravidade.

O valor do coeficiente de atrito depende dos materiais envolvidos. Para saber os valores basta consultar uma tabela, como a mostrada a seguir:


Figura 3 - Tabela coeficiente de atrito – Fonte: http://3.bp.blogspot.com/

Possuímos então os valores da aceleração e da distância percorrida, medida pelo perito no local do acidente.
Como estamos querendo encontrar o valor da velocidade, usaremos a equação de Torricelli: 


Onde v é a velocidade final (igual a zero pois os carros param), v0 a velocidade inicial (que estamos querendo saber) e D é a distância percorrida até parar.
Basta agora substituir a equação de aceleração e evidenciar a velocidade inicial. Fazendo isto obtemos: 



Tendo agora o valor das velocidades finais de cada um dos carros, podemos encontrar a velocidade de cada um antes da colisão e saber se o motorista do outro carro estava em velocidade compatível com a via antes de colidir com o seu.

Vimos neste texto que um simples caso de colisão entre dois carros é suficiente para mostrar diversas aplicações da Física estudada no Ensino Médio. 

REFERÊNCIAS 

NETO, Osvaldo Negrini. Soluções Eletrônicas para Cálculos de Velocidade em Acidentes de Trânsito. Disponível em: <http://www.scielo.br/>. Acesso em 2014

VIANA, Rubens Moreira. Perícia Física em Acidentes de Trânsito. Disponível em: <http://www.fisicajp.net/tccs/2009/tccrubens.pdf> Acesso em 2014.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Blog da Smed

 


Nesta semana (28 de julho a 01 de agosto) esta aberto o período de matrículas dos cursos gratuitos ofertados pelo Complexo Pedagógico Lucy Machado (Clube de Ciências e Oficina de Arte). Neste semestre, também serão ofertados dois cursos destinados especificamente para o público adulto, no período da tarde (pintura) e no período noturno (mosaico). 

Para os outros cursos, os interessados devem ter entre 05 anos e 16 anos de idade, neste caso as aulas são realizadas no contraturno escolar, isto é, o estudante que estuda no período da manhã deve realizar o curso no período da tarde e vice-versa. Cada aluno pode ser inscrito em um curso de Arte e um de Ciências. 

De acordo com coordenadora do Complexo, Jaide Farias, neste semestre o Complexo Pedagógico traz uma proposta inovadora a partir de solicitações da comunidade e dessa forma amplia suas atividades. “Estamos abrindo as portas para o público adulto, estudantes do magistério e artistas locais. O espaço do Complexo é de todos e para todos, possibilitando o acesso ao fazer artístico, à análise e fruição, bem como à compreensão da importância da arte na humanização do homem”, disse. 

Matrículas e cursos disponíveis
Para realizar a matrícula é necessário comparecer na secretaria do Complexo com fotocópia da Certidão de Nascimento ou RG do estudante. Para os menores de idade, o processo deve ser realizado pelos pais ou responsável legal. 

O Clube de Ciências oferece cursos de: Mecatrônica Básica, Microscopia, Experimentos Científicos, Química e Física Experimental, Zoologia e Meio Ambiente. Já a Oficina de Arte oferece cursos de: Desenho, Desenho e Pintura, Pintura, Modelagem, Dança e Teatro. 

Ainda segundo Jaide, além dos dois cursos para o público adulto, também ocorrerá Ateliê Livre destinado aos artistas e a todas as pessoas que desenvolvem alguma atividade relacionada à Arte e à Cultura. Outra importante ação é uma parceria com o Colégio Estadual Professor Julio Szymanski que possibilitará que alunos do magistério participem das atividades do Complexo. “Iremos atender 4 turmas do Magistério em Ateliê Criativo. Serão realizadas atividades de cerâmica, colagem, pintura, desenho, escultura. É uma forma de experimentação artística com diversas técnicas, voltadas aos diversos movimentos artísticos”, concluiu.

Ciência do Cubo Mágico


Posted: 28 Jul 2014 04:28 AM PDT
Por: Alan Eduardo Wolinski


Figura 1: Cubo Mágico. Fonte: Imagemturbo.com

A História do Cubo Mágico

Um dos quebra-cabeças mais interessantes da história, conhecido como Cubo Mágico, foi inventado em Budapeste pelo húngaro Ernö Rubik em 1974. Originalmente foi chamado de "cubo Mágico" por seu inventor, mas teve seu nome alterado para"Cubo de Rubik" pela companhia de brinquedos Ideal Toys.
Rubik era professor na Academia de Artes no departamento de Projetos de Ambientes Interiores, sua intenção ao elaborar o cubo, era demonstrar aos seus alunos de arquitetura o conceito de terceira dimensão. Inspirado no cubo criado por Larry Nichols em Março de 1970, um cubo 2x2x2, e com interesse em geometria e jogos como o Tangram, originou a ideia. Inicialmente achou que seria impossível montar um mecanismo que sustentasse o cubo devido a grande quantidade de movimentos possíveis. Enfim solucionou o problema, e no mesmo ano ganhou o prêmio alemão de "Jogo do Ano" (SpieldesJahres). Em 1975 patenteou sua invenção, e três anos depois começou a ser produzido sem incentivos.

Figura 2: Réplica do primeiro Cubo Mágico inventado por Rubik. Fonte: tonyfisherpuzzles.net



Por ter sido considerado "muito abstrato", "complicado" e "difícil de atrair a atenção na televisão", foi inicialmente rejeitado. Porém um ano depois, atingiu uma publicidade significativa, de forma que era possível encontrar pessoas nas ruas, praças e restaurantes entretidas com o brinquedo. A explosão de popularidade do Cubo de Rubik ocorreu na década seguinte e hoje é considerado um dos brinquedos mais populares do mundo, com mais de 1 bilhão de unidades vendidas, chamando atenção de crianças, jovens e adultos.

Em 1985, a SevenTowns comprou os direitos autorais sobre o cubo, reintroduzindo no mercado, obtendo muito sucesso. Atualmente Erno Rubik e SevenTowns trabalham juntos, e Rubik continua sendo o principal beneficiado com sua invenção, estando engajado a descobrir novos quebra-cabeças.

O Cubo

O Cubo de Rubik geralmente é confeccionado de plástico, formado por 26 peças e o núcleo distribuídas em 6 faces com cores diferentes. Atualmente existem várias versões para este brinquedo, onde a mais comum é a 3x3x3, mas é possível encontrar em versões 2x2x2, 4x4x4, 5x5x5, entre outras. Além do número de peças, suas variações podem ser encontradas em diferentes cores e formatos como, por exemplo, pirâmides, paralelepípedos, e dodecaedro.

Figura 3: Coleção do autor


Figura 4: Cubo Elementos Químicos. Fonte: stayhappyanddontdie.com


A Solução do Problema

A solução do cubo era algo raro e valioso, o próprio inventor, conseguiu resolvê-lo pela primeira vez, um mês após sua invenção. Com seu sucesso, surgiram dezenas de livros explicando ou sugerindo métodos para sua resolução.

O método mais utilizado atualmente pelos “cubistas” é o método Fridrich, desenvolvido por Jessica Fridrich, no qual apresenta 119 fórmulas diferentes, e que permite a resolução do cubo em menos de 1 minuto. O Recorde Mundial na resolução do Cubo atualmente é de apenas 5,55 segundos, conseguido pelo Holandês MatsValk em Março de 2013. (http://www.youtube.com/watch?v=MPfvBGUXGn0) acessado em 05/2014.

Calculando todas as configurações possíveis para o cubo mágico, temos um total de 43.252.003.274.489.856.000 (43 quintilhões) de combinações diferentes, se alguém pudesse realizar todas as combinações possíveis a uma velocidade de 10 por segundo, demoraria 137.151.202.672 anos, supondo que nunca repetisse a mesma combinação.

Em 2010, Morley Davidson, da Kent StateUniversity, John Dethridge, engenheiro do Google, Herbert Kociemba, professor de matemática da Alemanha, e Tomas Rokicki, programador da Califórnia, com a ajuda dos supercomputadores do Google descobriram que 20 movimentos é o número máximo para resolver qualquer combinação do cubo mágico.


Arte “ao Cubo”


Figura 5: Mosaico de Einstein montado com 8.484 cubos de rubik. Por Pete Fecteau.

Não basta conseguir resolver o cubo mágico, o Artista Pete Fecteau consegue monta-los da forma que, utilizando destes brinquedos para “fazer arte”, constrói ilustrações gigantes. E o grupo Cube Works, especialista na elaboração de grandes murais com cubos entrou para o Record do Guinness em 2012, com um mural construído em Macau, na China utilizando de 85,794 cubos de Rubik.

REFERÊNCIAS

Fontes acessadas em 05/2014.

Tutoriais para resolução do Cubo:

Cubos de Rubik On Line:

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Mini curso!

Olá pessoal.

Divulgando o minicurso Bioquímica na Escola que ocorrerá dentro da II Semana Científica de Bioquímica da UFPR no Departamento de Bioquímica da UFPR. 

O minicurso Bioquímica na Escola será oferecido para professores de Ciências, Física e Biologia
de 29 de julho a 1° de agosto das 18h30 às 20h30, totalizando 8 horas de atividades.

A inscrição é gratuita e permite aos professores participar do minicurso e da programação de palestras.

O minicurso consiste em experimentações que conduzem a diversos conceitos trabalhados nas disciplinas de ciências, química, física e biologia.

Em anexo seguem as informações para as inscrições, que são gratuitas, o folder da programação e o programa científico.


Att,

Thaís J.C. 
Thaís Jannuzzi Chaves (3614-7413 / 9907-1612)
Bióloga (UP), Especialista (PUC-PR e IBMP) e Mestre em Genética (UFPR)
Coordenadora de Ciências - Ensino Fundamental/Anos Finais
Secretaria Municipal de Educação de Araucária-PR

A MAIS CARA FORMA DE ENERGIA – O Desafio Químico das Pilhas

Posted: 23 Jul 2014 04:23 AM PDT
Por: Leandro Bossy Schip - fonte: blog parquedaciencia

Pequenas notáveis
Figura1:. Pilha de Alessandro Volta.
Fonte: vintageephemera.blogspot.com

Quando utilizamos um controle remoto para ligar a TV ou trocamos as pilhas daquele despertador com barulho irritante que nos acorda todas as manhãs, nem sempre nos damos conta do fascínio que estas fontes de eletricidade despertaram na sociedade do século XIX. Se o físico italiano Alessandro Volta (1745-1827) estivesse vivo para vislumbrar o resultado que sua rústica pilha trouxe, depois de inúmeras melhorias que conferiram aos geradores químicos de eletricidade um formato muito mais compacto e robusto, certamente ficaria maravilhado com as possibilidades inimaginadas para seu invento.
Embora exista uma infinidade de configurações de matérias aplicáveis na construção das pilhas químicas o principio básico de todas é fundamentalmente o mesmo. Criar uma diferença de potencial elétrico entre dois materiais condutores diferentes, forçando o movimento de cargas entre eles a partir de uma reação química.





Desafio ambiental 

Nem sempre é possível aliar grande desempenho com um caráter inofensivo. Nos últimos anos os diversos aprimoramentos introduzidos ao processo de fabricação e as matérias primas empregadas na construção destas compactas fontes de energia conferiram a elas também um caráter venenoso para o meio ambiente. Como é o caso das pilhas recarregáveis que levam na sua composição o cádmio. Um modelo de pilha recarregável que vem substituindo as antigas pilhas de níquel-cádmio são as chamadas níquel-hidreto metálico (Ni-MH), que possui uma maior vida útil sendo também menos nocivo ao meio ambiente e possui uma densidade de energia superior a sua antecessora, mas também não está isenta de impacto ambiental se pensarmos que todo o manejo das matérias primas e os processos industriais empregados até que a pilha esteja montada e pronta para ser utilizada, toda essa cadeia de produção emprega um grande consumo de energia e também produz uma quantidade de resíduos diversos que devem ser contabilizados quando pensamos no custo benefício destas fontes de energia.

No caso das pilhas secas comuns e das pilhas alcalinas, embora a maioria delas tenha uma composição menos tóxica, sua principal desvantagem está no caráter descartável após a primeira descarga, uma vez que estas não podem ser recarregadas.

Figura2:. Comparação entre tamanhos das pilhas secas comuns com destaque para o tamanho AA.
Fonte: Rightbattery.com

Quanto custa uma pilha?

Quando pensamos em impacto ambiental é preciso tomar o cuidado para não simplificar o problema apenas ao resíduo descartado depois que o produto não tem mais utilidade, ou seja, quando nossas pilhas estão descarregadas ou inutilizadas. Isso porque as pilhas já poluíram e consumiram muita energia antes mesmo de saírem da fábrica. Em todo o processo de fabricação, desde a extração e manejo das matérias primas, até sua fabricação e distribuição ao consumidor a energia total gasta para fazer uma pilha é imensamente maior do que a energia que ela devolve ao longo de sua vida útil.

Entretanto é impossível estimar de maneira confiável todos os custos e perdas envolvidos no processo, mas podemos comparar alguns dados levantados pela empresa de tecnologia cadex.
 

AAA
AA
C
D
9 Volt
Capacidade (alcalina)
1.100 mAh
2.500 mAh
7.000 mAh
14.000 mAh
600 mAh
Energia (única célula)
1.4 Wh
3 Wh
9 Wh
18 Wh
4.2 Wh
Custo por célula (EUA $)
$1,25
$1,00
$1,60
$1,60
$3,10
Custo por KW/h (EUA $)
$ 890
$ 330
$ 180
$ 90
$ 730
Tabela 1:. Energia e custo comparado de pilhas primárias alcalinas. Fonte: batteryuniversity

Os custos estão expressos em dólar por conta de o estudo ter sido realizado nos EUA, mas para fins comparativos servem perfeitamente para percebermos que o custo das pilhas primárias, que são aquelas que não podem ser recarregadas, aumenta quanto mais compacta é sua construção. Como o é o caso do modelo AAA, comumente utilizada em aplicações de baixa potência como controle remoto de TV. Claro que o custo da energia diminui quando comparamos da mesma forma as baterias recarregáveis.


Chumbo Ácido
NiCd
NiMH
Li-ion
Capacidade
2.000 mAh
600 mAh
1.000 mAh
1.200 mAh
Tensão
12V
7.2V
7.2V
7.2V
Energia por ciclo
24 Wh
4.5 Wh
7.5 Wh
8.6 Wh
Numero de ciclos
250
1000
500
500
Custo da bateria
$ 50
$ 50
$ 70
$ 100
Custo por kW/h
$ 8,50
$ 11,00
$ 18,50
$ 24,00
Tabela 2:. Energia e custo comparado de baterias recarregáveis. Fonte: batteryuniversity
As pilhas e baterias recarregáveis apresentam um custo-benefício muito superior, mas em termos da densidade de energia, empregar fontes químicas de eletricidade ainda pode ser pouco vantajoso em alguns casos. Este tem sido o grande desafio da indústria automobilística que em alguns anos tem lançado novos veículos elétricos como uma alternativa de mobilidade, mas eles ainda esbarram no custo das baterias que apresentam limitações muito maiores para funcionar em condições extremas de temperatura e possuem uma vida útil muito mais curta que um motor a explosão. Mesmo com os motores de combustível fóssil sendo maquinas extremamente ineficientes, aproveitando não muito mais que 25% da energia liberada na queima do combustível, contra os quase 100% de eficiência de recarga das baterias. Os velhos mal e cheirosos motores ainda são mais vantajosos em aplicações de grande escala, como maquinas pesadas. 

A densidade de energia refere-se a relação entre o peso de uma fonte qualquer com a capacidade de energia que ela pode fornecer. No caso das baterias de chumbo-ácido, apesar de elas terem uma capacidade de armazenamento superior e maior vida útil que outros modelos de baterias listados, estas são também as baterias mais pesadas do mercado, o que torna impraticável seu uso para aplicações como a aviação. E mesmo se fossem utilizadas baterias de lítio, como as usadas em alguns modelos de carro elétrico, se imaginar uma bateria destas com 100 kg ela produziria cerca de 10 kW de energia a um custo de 10.000 dólares, sem considerar o gasto com recarga e substituição já que sua vida útil de apenas 2.500h - um motor de combustão com o mesmo peso fornece 100 kW, sendo que o motor tem uma vida útil da ordem de 4.000h a um custo de aproximadamente 3.000 dólares.

Um passo para o futuro

As baterias já evoluíram muito, mas ainda faltam alguns passos para que alcancem um patamar de destaque na tecnologia ocupando completamente o espaço de outras fontes de energia menos eficientes.

Uma notícia animadora foi publicada recentemente no diário Nature Communications por uma equipe de cientistas dos laboratórios do Departamento de Energia dos EUA – incluindo Lawrence Berkeley, Brookhaven, SLAC e o National Renewable Energy Laboratory. Os pesquisadores analisaram exaustivamente com uso de microscopia eletrônica o comportamento da deterioração dos eletrodos que levam as baterias de lítio a perder sua capacidade de recarga com o passar do tempo e encontraram finalmente uma explicação detalhada do fenômeno que acontece para tal degradação. Essa pesquisa pode em alguns anos permitir construir baterias que previnam o fenômeno da cristalização envolvida com tal deterioração permitindo aumentar a vida útil das baterias recarregáveis.

Mais informações leia também:


REFERÊNCIAS:

Renato Canha Ambrosio e Edson Antonio Ticianelli, Baterias de níquel-hidreto metálico, uma alternativa para as baterias de níquel-cádmio, Instituto de Química de São Carlos, USP, CP 780, 13560-970 São Carlos – SP. Quím. Nova vol.24 no.2 São Paulo Mar./Apr. 2001- 
Disponível em:

Comparing the Battery with other Power Sources
Batteries against Fossil Fuel
Comparing Battery Power
Primary Batteries
Disponíveis em:

Pilhas recarregáveis mais eficientes. Disponível em:

How to choose the best battery for your specific needs. Disponível em:

Scientists pinpoint the creeping nanocrystals behind lithium-ion battery degradation. Disponível em: http://www.rdmag.com/news/2014/05/scientists-pinpoint-creeping-nanocrystals-behind-lithium-ion-battery-degradation

Se eu estudar Biologia serei obrigado a manipular animais como sapos, aranhas, insetos, cobras… etc?

“Ao pesquisar alguns cursos, logo me identifiquei com Biologia. Só que tem um pequeno problema. Como eu quero me tornar bióloga sendo que eu morro de medo de sapos? Sinceramente, até ao ver uma lagartixa eu saio correndo. Meu medo por sapos é fora do limites, não consigo ver imagens e nem vídeos! Minha professora de biologia diz que não somos obrigados a mexer, mas isso me preocupa demais.” (Daniela Martins)
fonte: Diário de Biologia

Daniela, a graduação em Biologia oferece mecanismos para estudar os seres vivos e analisar as principais características das formas de vida, o seu papel na natureza, a interação dos mesmos com outros seres vivos, bem como sua evolução. Apesar de muitas disciplinas exigirem do graduando uma grande dedicação à área de Botânica (plantas) e Zoologia (animais), o curso não feito somente com este propósito. Em Ciências Biológicas, estudamos também diversas áreas que envolve o corpo humano, como sua anatomia, fisiologia, desenvolvimento embrionário. Ainda abrange áreas interessantíssimas como genética, microbiologia e análises clínicas.
O legal de ser Biólogo, é que você aprende de tudo um pouco durante os 4 ou 5 anos (depende a Universidade) de estudo e temos, a oportunidade de escolher nossa área de atuação que será direcionada no momento em que você optar por um estágio em uma instituição fora da Universidade. Muitos alunos já chegam na graduação, certos do que querem fazer na sua carreira de Biólogos, mas muitos ainda chegam imaturos, precisando de orientação para descobrirem seu “dom”. Outros chegam certos de uma coisa, mas se apaixonam por outra e acabam trocando de área durante o curso. Isso é super normal, e acontece o tempo todo.
Algumas pessoas realmente tem receios (ou pena) de manipular animais, outros se quer conseguem assistir a uma aula no laboratório de anatomia sem se sentir mal e alguns até tem vertigens ao participarem de aulas práticas com agulhas e sangue. Cada um tem um “medinho”. Isso também é normal e não fará da pessoa um Biólogo pior ou melhor! Acredite: dentro da Biologia, o leque de opções é tão grande que você poderá passar o curso inteiro, se sair muito bem sem que nenhum professor te imponha vencer seus medos, pois ele também tem os próprios medos. Além disso, muitas universidades já adquiriam softwares em que o aluno pode dissecar animais virtualmente.
Mas enfim, somos obrigados a manipular lagartixas, minhocas, insetos, sapos e outros? A resposta é NÃO. Mas, se não temos coragem de enfrentar o medo, seremos “biólogos incompletos”? A resposta também é NÃO. No entanto, as aulas práticas com animais (dissecar minhocas, baratas, manipular cobras e etc) são fascinantes, e no momento em que nos vemos dentro do laboratório tendo essas oportunidades parece que o medo vai embora. Quando o medo persiste, tudo bem… nenhum professor vai diminuir seus pontos porque você tem medo de sapos e minhocas. O curso seguirá seu rumo, e você terá diversas outras áreas para se apaixonar e se identificar.
Eu garanto: Dificilmente uma pessoa se torna Biólogo sem aproveitar a oportunidade de manipular sangue, lidar com animais vivos ou não, se encantar com uma aula no laboratório de anatomia com corpos e órgãos reais. Vai por mim!
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Alunos dissecando uma rã em aula de anatomia de animais. Foto: Reprodução/biologywithmissbuchheit
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Aqui, uma aluna faz um corte longitudinal em uma minhoca já morta. Foto: Reprodução/toadhaven
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Dissecção de estrela do mar também pode acontecer durante o curso. Foto: Reprodução/toadhaven
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Mais uma dissecção de rã. Foto: Reprodução/toadhaven