sexta-feira, 4 de abril de 2014

Pesquisador cria animações em 3D para o ensino de química

MANUEL MOREIRA BAPTISTA - POR MARTA AVANCINI - REVISTA EDUCAÇÃO - 31/03/2014 - SÃO PAULO, SP
Desde 2009, o trabalho do pesquisador Manuel Moreira Baptista é sucesso na internet. Ele desenvolveu animações em três dimensões para o ensino de química no ensino médio e as disponibilizou gratuitamente. O recurso já foi visto por mais de um milhão de pessoas, superando as expectativas de Baptista. “A comunidade de químicos é pequena no conjunto da população mundial; se eu tivesse tido mil acessos já seria um sucesso”, afirma em entrevista ao site de Educação.
Graduado em engenharia elétrica, física e química pela Unicamp, Baptista também é mestre em engenharia elétrica e doutor em química pela mesma universidade. Além de pesquisador, trabalhou com softwares e lecionou no ensino técnico de nível médio. Na entrevista abaixo, o pesquisador fala sobre os cuidados necessários para o desenvolvimento de animações com finalidades didáticas e pondera as vantagens do uso da tecnologia na educação.
Suas animações já tiveram mais de 1 milhão de visualizações no Youtube. O senhor esperava essa repercussão? Que público tem se interessado pelo trabalho?
Não esperava. Considerando que a comunidade de químicos é pequena no conjunto da população mundial, se eu tivesse tido mil acessos já seria um sucesso.
A maior parte dos acessos ocorre nos Estados Unidos, principalmente por alunos e professores de nível universitário. Mas há casos curiosos, como o Paquistão, que é responsável pelo maior número de acessos por alunos de ensino de nível médio.
No entanto, as animações podem ser usadas por qualquer professor de química, pois como elas não têm narração de fundo, nem legendas, o professor pode construir o discurso que quiser para explicá-las.
Que tipo de cuidado é preciso tomar no desenvolvimento de uma animação com finalidade didática?
Quem faz animações tem a responsabilidade de corrigir distorções no ensino de química. Além de ser um recurso pedagógico, as animações também são um instrumento de investigação científica.
Os softwares de animação em 3D são um recurso poderoso que nos permite `enxergar` e modelar o mundo invisível. Por isso, quem faz animações tem a responsabilidade social e científica de se colocar à disposição da ciência para formar professores mais conceituais e alunos mais críticos. Este objetivo só será alcançado se as animações forem fiéis aos modelos matemáticos que estão por trás dos conceitos químicos.
Fala-se muito sobre as vantagens da tecnologia- no seu caso, das animações - para a educação, mas não existem riscos, desvantagens também?
Durante meu doutorado, o professor Peter Atkins, que é provavelmente um dos maiores autores de livros didáticos de química no mundo, fez uma visita à Unicamp. Tive a oportunidade de perguntar a ele qual era sua opinião sobre o uso de animações como recurso didático.
Ele observou que as animações podem contribuir para o ensino e o aprendizado de química, mas, em contrapartida, destacou algumas desvantagens. A mais polêmica é a que supõe que as animações podem destruir o conhecimento.
O professor Atkins diz que por trás dos conceitos químicos existem modelos matemáticos. E o uso de imagens, por sua clareza e poder de comunicação, podem fazer com que o formalismo matemático deixe de ser utilizado pelo professor em suas aulas.
Dessa forma, os alunos iriam aprender química com imagens e não fariam a associação com os modelos matemáticos. Se isso se confirmar, criaremos uma cultura em que os alunos, que serão os futuros cientistas, se acostumarão a pensar sem os modelos matemáticos, destruindo o processo de criação do conhecimento.



Fique por dentro!

Novos cursos do Coursera para professores com aulas em português
O Coursera oferece online e gratuitamente cursos de universidades de ponta. A Fundação Lemann traduz para o português as vídeo-aulas dos cursos que despertam maior interesse de alunos brasileiros. Atualmente, estão sendo oferecidos com vídeo-aulas em português os cursos "Um guia ao comportamento irracional para iniciantes", da Duke University, e "Fundamentos do ensino para o aprendizado parte II: Ser professor", do Commonwealth Education Trust. Veja aqui mais sobre o Projeto Coursera Brasil



Aprender pode ser divertido com os vídeos da Khan Academy!Além da plataforma inteligente de exercícios de matemática da Khan Academy, Salman Khan criou vídeo-aulas sobre diversas outras matérias como finanças e história da arte. Com o objetivo de "ensinar como ele gostaria de ter sido ensinado", a Khan também cria vídeos que ensinam de forma divertida e curiosa, usando exemplos da vida real ou histórias engraçadas para explicar conceitos muitas vezes complexos. No canal da Khan Academy em português no Youtube, você pode encontrar uma playlist com a seleção destes vídeos. Assista aos vídeos

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Palestra

Softwares educacionais em código aberto

Segundo a enciclopédia livre Wikipédia, Software Livre é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado e redistribuído sem restrições. O conceito de livre se opõe ao conceito de software restritivo (software proprietário), mas não ao software que é vendido almejando lucro (software comercial).
Softwares educacionais em código aberto
E tratando-se de Software Livre o Governo Federal do Brasil é um ótimo exemplo. Hoje existem vários setores da máquina administrativa pública onde são aplicados o SL. Desde 2003, o Governo Federal incentiva seus gestores a usar Software Livre. Além de economia, já que um mesmo programa pode ser instalado em várias máquinas, o Brasil ganha em tecnologia e segurança da informação.

Órgãos como o Banco do Brasil já trocaram todos os programas utilizados nos terminais de atendimento pelos Softwares Livres. Receita Federal, Ministério da Fazenda e Polícia Federal estão migrando ou já migraram para essa tecnologia. Na área educacional não seria diferente, como mostrei em post anterior falando sobre o Linux Educacional

Desta vez mostrarei alguns softwares educacionais em código aberto que, para mim, como professor de Matemática, já se tornaram indispensáveis em minhas aulas. 


[Artigo original escrito por Edigley Alexandre | Twitter: @prof_edigley | 

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quarta-feira, 2 de abril de 2014

segunda-feira, 31 de março de 2014

Sensores de papel feitos no Brasil dão resultados em smartphones

Sensores de papel feitos no Brasil dão resultados em smartphones: Métodos caros e materiais especiais de laboratório são substituídos por folhas de sulfite e filtro de café.

Brasileiros descobrem primeiro asteroide com anéis

Brasileiros descobrem primeiro asteroide com anéis: O artigo descrevendo a descoberta é assinado por 62 astrônomos, sendo 11 brasileiros.

Novo material é célula solar de dia e tela à noite

Novo material é célula solar de dia e tela à noite: Revestindo uma janela, o material pode captar energia durante o dia e virar um painel luminoso de anúncios à noite.

Novo material é célula solar de dia e tela à noite

Bastou aplicar o composto sobre uma superfície transparente para criar um material promissor e com múltiplos usos. [Imagem: Nanyang Technological University]

Eventos

A curiosa física de 7 brinquedos clássicos

Fonte: Hypescience

Comparados com o fascínio dos atuais jogos de videogame, os brinquedos clássicos de outrora podem parecer chatos para as crianças de hoje.
Mas, na verdade, eles não são tão mundanos quanto parecem: muitos desses brinquedos incorporam importantes conceitos físicos, e brincar com eles ajuda as crianças a desenvolver uma compreensão intuitiva do mundo ao seu redor – algo que não pode ser adquirido a partir dos virtuais jogos modernos. Confira:
1 – Piões
O pião, um brinquedo encontrado em muitas culturas do mundo e mesmo entre ruínas arqueológicas, tem alguns profundos princípios físicos. O primeiro é a conservação do momento angular, a lei que dita que, na ausência de influências externas, um objeto girando deve se manter girando.
Como o pião gira em cima de um ponto minúsculo, ele experimenta uma quantidade mínima de fricção com a superfície abaixo dele, e assim continua girando por um tempo deliciosamente longo, demonstrando a lei.
Mas, como o atrito, eventualmente, retarda o brinquedo, ele torna-se instável e começa a balançar, levando à demonstração de um outro princípio, chamado de “precessão”. Quando o pião balança, seu eixo de rotação – a linha invisível que corre verticalmente através de seu centro – se inclina para a lateral, fazendo um ângulo.
Este ângulo permite que a força da gravidade exerça um “torque” no pião, colocando giro adicional sobre ele, e isso faz com que ele balance para fora em um arco, ainda girando. Em um esforço para conservar seu momento angular total, o pião precessa mais rápido quanto mais lento gira, o que explica porque normalmente os piões dão um solavanco “para fora” quando o atrito para seu giro.
2 – Lâmpadas de plasma
Lâmpadas de plasma (ou globos) são lindas apresentações visuais de uma variedade muito estranha da matéria.
Esses vidros transparentes são preenchidos com uma mistura de gases não reativos – como hélio, neônio e criptônio – mantidos a menos de um centésimo de pressão do ar exterior.
A esfera menor no centro da lâmpada é um eletrodo – um condutor elétrico que é usado para transferir eletricidade a partir de um circuito para um vácuo circundante. Quando a lâmpada é ligada, uma corrente elétrica de alta frequência flui para o eletrodo, e de lá, passa para os átomos gasosos que o rodeiam. A corrente ioniza os átomos, dando-lhes uma carga elétrica e, simultaneamente, fazendo com que eles emitam flashes de luz. Um gás ionizado é chamado de plasma.
Como os elétrons tentam fluir tão longe um do outro quanto possível (repelidos uns pelos outros pelas suas cargas negativas), eles atiram o eletrodo central em todas as direções no vidro exterior. Suas rotas de fuga são os filamentos de plasma visíveis nas lâmpadas.
Colocar a mão perto do vidro altera o campo elétrico que existe entre o eletrodo central e o vidro, fortalecendo a força que atrai os elétrons para fora. É por isso que um filamento de plasma parece atraído pela sua mão quando você toca a bola.
Felizmente, as lâmpadas de plasma comerciais são de baixa potência, suficiente para que não te machuque quando a corrente elétrica passa ao longo do filamento através do vidro para sua mão.
3 – Mola Maluca
Um brinquedo de mola clássico apresenta um pouco de física verdadeiramente surpreendente. Quando você mantém uma mola no ar e a deixar cair, seu fundo permanece totalmente parado até que o resto da mola se junte, para depois cair no chão. Parece pairar no ar, desafiando as leis da física, antes de finalmente cair no chão com o resto da mola (veja no vídeo) – e esse comportamento tem um sentido físico perfeito.
“A explicação mais simples é que a extremidade inferior está parada conforme a gravidade a puxa para baixo, e a tensão a puxa para cima – forças iguais e opostas”, disse o professor Rod Cross. “Nenhum movimento ocorre na extremidade inferior, até ela receber a informação de que a tensão mudou. E é preciso tempo para que a informação se propague através da mola”.
Em suma, uma onda de compressão, que carrega informações sobre o desaparecimento da força para cima, tem que viajar até a mola para que a extremidade inferior “saiba” que a mola foi solta, e deve cair.
O que seria realmente desafiante é se a extremidade inferior da mola caísse no instante em que alguém soltasse a mola. Este tipo de ação nunca acontece na natureza.
4 – Pássaro sedento
Em um episódio de Os Simpsons, o personagem Homer pega um dos brinquedos clássicos de “pássaro bebendo água” para que ele pressione a tecla Y (de “Yes” para “sim”) em seu teclado de computador, fazendo o seu trabalho por ele, enquanto ele sai para ver um filme. Um enredo inteligente, mas não realista: a presença de um copo de água é crucial para o movimento do pássaro sedento ou bebedor.
O brinquedo é uma “máquina térmica” simples que converte energia térmica derivada da água em trabalho mecânico.
A ponta de feltro do bico da ave deve primeiro ser mergulhada na água. No interior, a bola de vidro da cabeça da ave é preenchida com vapor que evapora de um líquido – geralmente um composto químico chamado diclorometano – que preenche o seu corpo mais abaixo.
Quando o bico do pássaro sai da água, a água começa a evaporar-se. A evaporação abaixa a temperatura da cabeça da ave, fazendo com que alguns dos vapores de diclorometano dentro dele se condensem. Conforme essas moléculas de vapor se aproximam, a pressão na cabeça abaixa, e isso atrai o líquido na base do brinquedo até o pescoço. O líquido flui para cima, fazendo com que a cabeça da ave se torne pesada, oscile para trás e para frente e, eventualmente mergulhe o bico na água novamente.
Em seguida, como a extremidade inferior do tubo no pescoço da ave está em uma elevação mais alta do que a superfície do líquido, isso provoca uma bolha de vapor que desloca o líquido, que flui de volta para o fundo, deslocando o peso da ave devolva a sua posição ereta. O processo, em seguida, recomeça. O pássaro continua percorrendo estas etapas desde que haja água suficiente no vidro para molhar o bico do pássaro cada vez que ele cai sobre o copo.
5 – Foguetes modelo
Os modelos de foguete usam os mesmos mecanismos básicos que um foguete real. Estes brinquedos fáceis de operar podem chegar a uma altitude de mais de 300 metros, deixando um rastro de fumaça pra trás, e conforme alcançam seu pico, implantam um paraquedas e voltam a Terra. Mas como eles funcionam?
É tudo sobre a ordem em que diferentes combustíveis dentro do foguete inflamam. Primeiro, a pessoa queima as luzes do foguete, um “fósforo elétrico” que é enfiado através de um bocal (1) na parte inferior (2) do motor de foguete. A partida incendeia um propulsor do foguete na câmara de combustão (3). O propelente (geralmente algum tipo de pó preto, um explosivo químico contendo carvão, enxofre e nitrato de potássio) em combustão se transforma em um gás quente – e sai do bocal. A primeira terceira lei de Newton afirma que toda ação tem uma reação igual e oposta, assim, o disparo de gás para baixo impulsiona o foguete para o céu.
Um instante depois, a camada de combustível acima do propulsor, chamada de “carga de atraso de rastreamento” (4), inflama. Este combustível tem uma composição ligeiramente diferente do que o propulsor para torná-lo mais lento e sua queima emite mais fumaça. Essa fumaça também espalha através do bocal do foguete, permitindo que o seu operador acompanhe a subida do foguete, observando o rastro de fumaça.
Quando a carga de atraso já queimou – isso acontece assim que o propulsor do foguete também se esgotou -, momento em que o foguete atinge sua altura máxima, a carga de ejeção (5) inflama. Isso faz com que ocorra uma pequena explosão na tampa (6) do foguete, liberando um paraquedas. O foguete então flutua até o chão.
6 – Ímãs
O que causa o magnetismo? Jearl Walker, professor de física, explica que os campos magnéticos naturalmente irradiam a partir de partículas eletricamente carregadas que compõem os átomos – especialmente elétrons.
Normalmente na matéria, os campos magnéticos de elétrons têm direções diferentes, cancelando-se mutuamente. É por isso que os elétrons em seu corpo não fazem com que você grude na sua geladeira conforme você passa por ela.
Mas, quando os campos magnéticos de todos os elétrons em um objeto se alinham na mesma direção, como ocorre em muitos metais (e, obviamente, nos ímãs), um campo magnético é gerado. Ele exerce uma força sobre outros objetos magnéticos, ou os atrai ou os repele, dependendo da direção de seus próprios campos magnéticos.
Infelizmente, tentar entender o magnetismo em um nível mais profundo é essencialmente impossível. Embora os físicos tenham uma teoria chamada “mecânica quântica”, um corpo de equações que representa com muita precisão o comportamento das partículas (incluindo o seu magnetismo), não há maneira de entender intuitivamente o que a teoria realmente significa, pelo menos por enquanto.
Os físicos se perguntam: por que os campos magnéticos irradiam partículas, o que são campos magnéticos, e por que eles sempre se alinham entre dois pontos, dando a seus ímãs polos norte e sul? “Quando você faz um movimento de partículas carregadas, ele cria um campo magnético e dois polos. Nós realmente não sabemos o porquê. É apenas uma característica do universo, e as explicações matemáticas são apenas tentativas de obter respostas”, disse Walker.
7 – Bateria de batata
A construção de uma bateria elétrica de batata (ou limão ou maçã) revela um pouco sobre o funcionamento interno de circuitos elétricos. Para fazer esta experiência científica simples, você insere dois objetos metálicos diferentes – muitas vezes um prego galvanizado e moeda de cobre – na batata, e conecta os fios um com o outro.
Estes fios podem ser anexados em dois terminais de um multímetro (que mede a tensão de um circuito) ou a algo parecido com um relógio digital ou lâmpada. Pode ser preciso duas ou três batatas ligadas em série para gerar tensão suficiente para alimentar esses dispositivos.
A batata funciona como uma bateria, gerando uma corrente de elétrons que flui através do fio. Isso acontece porque o ácido na batata induz uma mudança química no zinco que reveste o prego. O ácido age como um “eletrólito”, ionizando os átomos de zinco ao retirar dois elétrons de cada um deles e deixá-los carregados positivamente.
Os elétrons são conduzidos para longe dos íons de zinco através do fio – e através de quaisquer dispositivos ao longo do circuito – e acabam na moeda de cobre. De lá, eles se juntam com íons de hidrogênio positivos na batata que foram repelidos pelos íons de zinco nas proximidades. O movimento desses elétrons é suficiente para alimentar um relógio de brinquedo ou lâmpada.[Life'sLittleMysteries]