quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Professores da UFPR instalam estufas para secagem da madeira na África



Forno para secagem da madeira
Novos avanços acabam de ser obtidos pelos pesquisadores dos cursos de Engenharia Florestal e Engenharia Industrial Madeireira com a instalação de um complexo de estufas solares para secagem da madeira em Moçambique, África. De acordo com o coordenador do programa, professor Dartagnan Baggio Emerenciano, na região a madeira é tradicionalmente utilizada sem um processo de secagem adequado e devido a isso a qualidade de móveis é altamente prejudicada.
A estufa solar consiste de uma estrutura coberta com lona plástica transparente em todos os lados. A madeira em forma de tábuas é empilhada possibilitando a circulação por convenção natural do ar. O ar externo entra e sobe para o topo da estufa, devido ao aquecimento das paredes duplas laterais que sofrem a insolação. Este ar quente desce através das tábuas convenientemente empilhadas provocando a gradual secagem. A energia utilizada, por ser natural, gera uma economia considerável nesse tipo de processo para secagem, além de ser ecologicamente correta.
fotografia do professor Dartagnan Baggio Emerenciano
O projeto, entre o Centro Agroflorestal de Machipanda, a Agência Brasileira de Cooperação do Brasil, a UFPR e a Universidade Eduardo Mondlane de Moçambique, permitiu a construção de um complexo de oito estufas solares na cidade da Beira. O professor Ricardo Jorge Klitzke da UFPR foi o responsável pelo projeto e construção desse complexo, que teve ainda a participação do pós-graduando em Engenharia Florestal da UFPR Reinaldo Calçada Luis. Além de secar a madeira, um dos objetivos da nova estrutura é permitir a construção de carteiras escolares.
O professor Ricardo ministrou curso de capacitação com duração de 21 dias para técnicos moçambicanos sobre o processo de construção e de secagem da madeira com a utilização de estufas solares. Segundo Dartagnan, o projeto está com grande repercussão em Moçambique, pois além de ser inédito também está apresentando excelentes resultados na empresa de fabricação de móveis, que foi instalado em caráter experimental, além de promover a possibilidade de programas de cursos de extensão para capacitação de técnicos moçambicanos.

Uma análise de mercado foi efetuada na província de Manica, pelo professor Romano Timofeickzyk Jr., do Departamento de Economia Rural e Extensão da UFPR. Os resultados mostraram que além dos benefícios qualitativos nos produtos finais, o valor da madeira seca em Moçambique pode alcançar valores maiores para comercialização, mas ainda depende de um programa de conscientização para a utilização no país de madeira seca. Por isso, de acordo com os pesquisadores, está sendo realizado um monitoramento contínuo da qualidade da madeira seca e do produto final acabado, para que sejam implantadas melhorias e aperfeiçoamentos nas estufas e nas técnicas de secagem.

Fonte: Site da UFPR

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