segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Reprovação? Aprovação? Aprender?

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Primeiro: vamos colocar os pingos nos vários is!

Sou Professora, atuo em sala de aula por mais de 20 anos! Não sou Professora de reprovar e acho que a reprovação não pode ser usado como recurso único educativo. Mas vivi uma realidade assustadora de imposição de uma aprovação automática, sem nenhum recurso educativo adicional.
Se por um lado reprovar, não ajuda. Por um outro aprovar, sem aprender, é criminoso.
Concordo plenamente quando os ditos especialistas dizem: “ O fracasso não estimula ninguém a aprender, muito menos a estigmatizacão.” ( veja em Por que reprovar não funciona?) Mas vamos pensar em o que é de fato fracassar em educação? Acho que fracassar é não atingir algum ( ou alguns) objetivos. O time que perde o jogo, fracassou! O vendedor que não vende o necessário para se manter, fracassou! E o aluno? O aluno que não deu conta do que devia aprender, fracassou sim!

Não podemos esconder isso. Por vezes, o fracasso acontece. Ai teremos que olhar para esse fracasso e pensar: Por que o menino fracassou? Talvez, ele não tenha feito a sua parte. Por várias razões, alguns alunos não se interessam. E muitas vezes, o ” culpado” não é ele, mas o que falam para ele:” Você não vai usar isso para nada! Tem gente que nunca estudou e é um cara de sucesso! Eu estudei por anos e ganho muito pouco! ” O aluno não estuda e não aprende.

Outras vezes o fracasso está no nosso fazer de Professor. Repetimos aulas desgastadas, esperamos dos alunos aquilo que definitivamente eles não podem dar e fracassamos ( o Professor e o aluno). Neste ponto temos que pensar: reprovar adianta????

Por vezes, por mais que nos empenhamos e o aluno faça; o menino não aprende. O que acontece é que as salas lotadas, o tempo curto, os milhares de penduricários da educação; nos fazem não avançar. Fracassamos!
Vamos combinar que existem muitas razões para o fracasso. E ai vai minha pergunta que faço todo final de ano: Reprovar o aluno porque ele não aprendeu vai ajuda-lo a aprender no próximo ano?  Por vezes, vamos repetir o mesmo cenário dos anos anteriores e ai… por que reprovar? Mas se não garantirmos ao aluno o direito que ele tem de aprender, vamos estigmatizar o menino de outro modo: esse não aprende, então vamos dar o diploma para ele! Que terrível!

Acho que às vezes temos que reprovar sim. Para o aluno poder dar um tempo, ter mais tempo de aprender de maneira diferente. Não estamos no mesmo patamar que a Noruega ou Finlândia que tem um Professor na escola pública que recebe os alunos que não aprenderam e os ajudam naquele ano de escolaridade. Ai é fácil não reprovar. Neste caso, o aluno tem garantido o direito de aprender!
No fim é isso: O que interessa é saber se o aluno vai aprender. Não interessa se neste ano de escolaridade ou no próximo ano. O maior fracasso é o aluno desacreditar nele mesmo.

Email enviado pelo prof. Haroldo

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