segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mortalidade de peixes no litoral do Paraná

 CEM cogita 4 hipóteses para morte de sardinhas no litoral
Pesquisadores do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR divulgaram no começo da noite desta quarta-feira (5) uma primeira nota técnica a respeito dos peixes encontrados mortos na última semana de 2010 nas baías de Paranaguá e Antonina, no litoral do Paraná.

Conforme o documento, 99% dos peixes mortos são da espécie Cetengraulis edentulus (Engraulidae), conhecida como sardinha-xingó, manjubão ou manjuvão.

O CEM cogita quatro hipóteses para o caso: 1) alguma doença; 2) toxinas de microalgas; 3) efeito de despejo químico; e 4) um possível descarte pesqueiro.

Os pesquisadores descartam como causas da morte a alteração de salinidade ou da temperatura, uma vez que a sardinha-xingó tolera uma ampla variação de ambos os parâmetros.

As primeiras análises não revelaram sinais indicativos de patologia. No entanto, o grau de decomposição dos peixes coletados não permitiu análises mais detalhadas. Novas análises, inclusive de animais vivos, ainda estão sendo feitas.

Amostras de água coletadas nesta quarta-feira em diferentes pontos da baía de Paranaguá revelaram a presença de duas espécies de microalgas potencialmente tóxicas, dos gêneros Dinophysis e Prorocentrum, em concentrações relativamente elevadas.

Algumas espécies de microalgas produzem substâncias tóxicas que podem levar a eventos de mortalidade massiva de peixes, moluscos e outros organismos marinhos.

O CEM investiga ainda a possibilidade de uma contaminação por vazamento de amônia. A quarta e última hipótese, relativa a um eventual descarte pesqueiro, seria amparada, entre outros motivos, pelo fato de a sardinha-xingó ser uma espécie de baixo interesse comercial.

A nota do CEM observa ainda que a espécie não é boa indicadora do provável local de origem do fenômeno, por ocorrer em grandes cardumes, tanto na costa, a distâncias de até 15 km além da zona de arrebentação, quanto dentro do estuário (manguezais e gamboas), inclusive subindo os rios.

Cinco laboratórios da UFPR estão envolvidos no trabalho. Segundo a bióloga Camila Domit, responsável pelo Laboratório de Ecologia e Conservação, uma nova nota técnica deve ser divulgada na próxima segunda-feira (10).

Entre os dias 31 de dezembro e 4 de janeiro, dois botos e cinco tartarugas marinhas também foram encontrados mortos na região. "Ao contrário do que a imprensa divulgou, a causa mortis destes animais não pode ser conclusivamente relacionada ao evento de mortandade dos peixes", adverte a nota emitida pelo CEM.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dê sua opinião!