Posted: 05 Mar 2015 05:22 PM PST
Os recursos tecnológicos avançaram de tal forma, que chegam a ser indispensáveis para qualquer aula de qualquer disciplina. Porém, poucos são os que usam da forma mais correta possível ou que aplicam em sala de aula, afim de obter algum resultado positivo.
Este não é um texto de caráter crítico (até porque me incluo também), é apenas a minha forma de enxergar as possibilidades que estão em nossa volta e potencializá-las. Não sou um super professor, tenho os meus erros também.
Este não é um texto de caráter crítico (até porque me incluo também), é apenas a minha forma de enxergar as possibilidades que estão em nossa volta e potencializá-las. Não sou um super professor, tenho os meus erros também.
Imagem: Wireless Campus Manager |
Fazer uso de recursos tecnológicos não significa apenas, ligar um computador conectado ao projetor e começar uma longa apresentação de conteúdos, deixando os alunos cansados de tanto ver textos, imagens e vídeos na telona.
Qualquer tipo de ferramenta tecnológica deve ser ser analisada e planejada, antes de implementá-la.
Qualquer tipo de ferramenta tecnológica deve ser ser analisada e planejada, antes de implementá-la.
Quais são os principais recursos tecnológicos disponíveis?
Há diversas possibilidades de recursos tecnológicos que podem ser implementados em qualquer nível de ensino. Muitos já são aplicados há muito tempo, outros ainda estão engatilhando e estarão disponíveis, em uma escala muito maior, a médio ou longo prazo. São eles:
- Computadores ou Notebooks + Internet;
- Computadores ou Notebooks + Internet + Projetores Multimídia;
- Computadores ou Notebooks + Internet + Projetores Multimídia + Softwares Educacionais;
- Tablets + Internet + Projetores Multimídia + Aplicativos Educacionais;
- Computadores + Notebooks + Tablets + Internet + Programa de Gestão Escolar;
- Computadores ou Notebooks + Internet + Lousa Digital;
- Computação em Nuvem + Projetores Multimídia;
- Materiais concretos e manipuláveis (LEGO, Material Dourado, etc.)
- Computador Invisível;
- Organismo de Avaliação da Linguagem Corporal;
- Professores robôs;
- Cursos online, professores online;
- Social Learning;
- Realidade aumentada.
Leia o artigo Qual o futuro que a tecnologia pode trazer para a sala de aula? para obter mais informações.
Quais os nossos erros?
Usar tecnologias para enriquecer as aulas objetivando sucesso com a aprendizagem dos alunos, e, também a agilidade e produtividade do professor; depende de alguns fatores importantes e que podem ser analisados separadamente, em busca de uma melhor implementação destes recursos, aliados aos conteúdos trabalhados em sala de aula ou em casa.
Acompanhe a lista que enumerei sobre os erros que cometemos ao levar tecnologias para a sala de aula. São 5, e conta também com a colaboração de outros professores.
Erro 1 - Não planejar
Ao falhar na preparação, você está se preparando para fracassar [Benjamim Franklin]Assim como uma aula precisa de um planejamento prévio, a aplicação de recursos tecnológicos também se faz necessário, já que eles estarão incluídos na aula como objetos determinantes para a aprendizagem. Mesmo que a escola ou universidade ofereça projetores multimídia, computadores, notebooks, tablets, lousa digital, etc., de nada adiantará se você não souber por onde começar, o que desenvolverá e como encerrará as atividades.
E como planejar? Continue lendo.
Erro 2 - Não analisar os currículos no planejamento
Seja um professor iniciante ou veterano, ele sempre sabe o que irá ensinar durante o ano inteiro. Isso é verdade? Talvez hipoteticamente sim, mas na prática isso não funciona muito, quando o estudante é questionador e não aceita respostas prontas. Se preparar para as aulas com ou sem recursos auxiliares, sem planejamento é um erro.Respondendo a pergunta no final do Erro 1: o planejamento deve ser baseado de acordo com a grade curricular estabelecida, e que tenham maiores chances de abordagens diretas e indiretas, fazendo uso de alguns recursos tecnológicos.
Alguns currículos tem potencialidades maiores, do ponto de vista da aprendizagem, quanto ao uso de recursos tecnológicos.
Por exemplo: Em Matemática, no 3º bimestre do 9º ano, será trabalhado os assuntos Função Polinomial do 1º e 2º grau. Este é um conteúdo rico, com mais chances de abordagens, com uso de algum recurso tecnológico. Ou trigonometria, quando há a possibilidade de construção de instrumento (teodolito) capaz de medir a altura de objetos que não podemos alcançar, sem a ajuda de uma escada ou elevador. No artigo artigo Como deve ser uma avaliação de Matemática?, há mais detalhes sobre o teodolito.
E como usar os recursos? Continue lendo.
Erro 3 - O mal uso dos recursos junto aos currículos programados
Certa ver li em uma entrevista:Não basta usar os recursos tecnológicos para projetar em uma tela a expressão "$2 + 2 = 4$". Você pode escrever isso no quadro negro, com giz. A questão é como ensinar a Matemática de uma maneira que só é possível por meio das novas tecnologias, porque elas fornecem possibilidades de construção do conhecimento que o quadro negro e o giz não permitem. [Guilherme Canela Godoi, coordenador de comunicação e informação no Brasil da Unesco, braço da ONU dedicado à Ciência e à Educação]
Ou seja, utilizar recursos tecnologias em sala de aula, para realizar as mesmas tarefas que são feitas usando o quadro, o giz (ou lápis atômico) e o livro didático, é um erro. É certo que cada ferramenta tecnológica tem finalidades distintas, porém elas devem ser integradas e convergir para um ponto em comum - a aprendizagem dos alunos.
Como dar aulas de Matemática usando uma lousa digital? Sem um sistema operacional, um software que gerencia a lousa, internet, treinamento e um bom planejamento curricular, a aula se torna inviável. No caso da lousa digital, algumas trazem um ótimo software instalado que permite fazer construções geométricas, das quais é impossível desenhá-las no quadro.
O estudo da Geometria no Ensino Fundamental 2 é um dos grandes problemas no Ensino de Matemática.
Um bom planejamento baseado nos currículos que serão estudados, poderá evitar erros. E como utilizar os recursos tecnológicos disponíveis de forma correta? Por favor, continue lendo.
Erro 4 - A ausência de treinamento
Como utilizar uma ferramenta tecnológica quando não se sabe nem o básico sobre informática? Mesmo que a intenção seja ótima, é um erro tentar implementar estes recursos às aulas, pois poderá ocorrer diversas situações desagradáveis, como:- Perderá tempo tentando planejar e elaborar uma atividade;
- Perderá tempo também tentando se conectar a algum dispositivo que usará em sala de aula;
- Mostrará inexperiência aos seus alunos;
- Não mostrará confiança no uso do recurso, tanto na escola como em casa.
Em vez de ajudar, atrapalhará.
O ideal é que a escola tenha um profissional dedicado somente a Informática (o famoso suporte de TI), que possa treinar os professores com estas tecnologias. A semana pedagógica pode servir pra isso também.
Sugestões de cursos online:
Não tem alguém para te ajudar com estes recursos? Se você realmente quer inovar, não espere cair ajuda do céu. Mova-se e tente sozinho. Se não pode ter a ajuda pessoal direta, então use a internet ao seu favor. Pesquise, principalmente no Youtube.
Alguns vídeos:
- Como usar uma lousa digital (procure pelo modelo que há na escola que leciona);
- Como usar um projetor multimídia;
- Usando o LEGO na aula de Matemática;
- LEGO na Educação Infantil;
- Material dourado na aula de Matemática;
Planejei, analisei os currículos e fiz um treinamento com as recursos tecnológicos que usarei durante o ano letivo. Já posso integrar estas ferramentas às minhas aulas? Sim, desde que se sinta preparado. E como começar, desenvolver e encerrar as atividades aliadas aos recursos que escolhi? Continue lendo.
Erro 5 - O recurso tecnológico é meu e ninguém pode usar
Há aulas em que o uso de recursos tecnológicos é unilateral. Somente o professor aplica em suas aulas. Geralmente são aquelas aulas com projetores. Acredito que a aprendizagem pode aumentar gradualmente, quando as tecnologias são compartilhadas.O que quero dizer? É um erro o professor explorar, por exemplo, o material dourado ou o LEGO, através de uma ótima aula, e os alunos ficarem apenas olhando e não poderem manipular os materiais em sala de aula ou no laboratório.
O mesmo pode acontecer quando o professor explora um software em suas aulas e não dá a oportunidade de seus alunos também o explorarem e assim construir seu aprendizado mediante a pesquisas.
Por exemplo, o Software Livre GeoGebra, o software matemático dinâmico que mais utilizo. Ele é projetado em um quadro, com um excelente applet, que realmente ajuda no entendimento do conteúdo, mas, que pode ser explorado pelos próprios alunos, através de atividades propostas pelo professor.
Leia:
Para isso, o recomendável é que a aula seja em um laboratório de informática equipado com computadores multimídia e com o GeoGebra (e outros softwares) instalados e atualizados. Desta forma todos os alunos podem explorar a sua própria aula, planejada para um determinado dia.
Opinião de outros professores
Pedi para alguns professores que respondessem: Quais erros comentemos ao levar tecnologias para a sala de aula? Recebi estas respostas.O maior erro é o de repetir estratégias áridas e mecânicas utilizando outras mídias, por exemplo, se um professor ministra uma aula na qual apenas é exigida a memorização de conteúdos, não adianta utilizar esta mesma metodologia com slides e data show. Ou seja, o diferencial está na metodologia e não na mídia utilizada. [Daniela Mendes do blog Laboratório Sustentável de Matemática, professora de Matemática no Rio de Janeiro]
Utilizá-las de forma incorreta, apenas para dizer que utilizou. Ainda hoje, presencio este tipo de situação em alguns professores, talvez por falta de conhecimento da ferramenta ou por falta de motivação para utilizá-la da forma adequada. Manter-se na aula tradicional, mesmo utilizando outra tecnologia. [Romirys Cavalcante do blog Vivendo entre Símbolos, é professor de Matemática no Ceará.]
Pelo que tenho estudado e percebido nos locais que trabalho, o principal "erro" cometido por professores ao utilizar um recurso tecnológico é acreditar que apenas o acréscimo do recurso contribuirá significativamente para o ensino e a aprendizagem. Sem novas práticas que mais explorem os recursos tecnológicos e que possibilitem maior aproximação da informação com o aluno, uma TIC servirá apenas de meio de comunicação das mesmas práticas que o professor já aplicava. [Charles Bastos do blog TICs na Matemática, é professor de Matemática em Goiânia.]
Percebo que, independente da faixa etária, as facilidades que as TICs oferecem ainda não despertaram um pensamento de responsabilidade e um amadurecimento dos alunos em aproveitarem essas facilidades. Nas pesquisas escolares, geralmente os alunos pesquisam no Google, copiam a 1ª página que aparece (geralmente o Wikipédia) sem ler o trabalho e muitas vezes imprimem sem ao menos mudar o layout do site. Na EAD, percebo que os alunos se acomodam sem pesquisar em outras fontes além das vídeo aulas e apostilas do curso, o que na maioria das vezes não conseguem compreender os conteúdos estudados. [Jefferson dos Santos do blog Matemática é Fácil, professor de Matemática em São Paulo.]
Na minha experiência com aulas na faculdade (quando ainda lecionava), testei algumas tecnologias e antes de responder a pergunta é importante ressaltar isso. É necessário testar. Tudo ainda é muito novo e somente testando, errando, acertando, será possível evoluir. Na época testei algumas ferramentas como usar notebooks com aplicativos específicos, inclusive ensinando uma turma a criar um blog no blogger e depois no wordpress.org e construir um negócio online (disciplina de empreendedorismo). Os resultados, na sua maioria, foram positivos, pois alunos consideram aulas de empreendedorismo muito chatas, por serem teóricas e quando levei isso para a prática (construção do blog) a maioria dos alunos se sentiu motivada e viu que era possível mesmo ser empreendedor sem grandes investimentos. [Gustavo Freitas é Problogger e empreendedor digital. Deixou um cargo público e uma cadeira de professor universitário para trabalhar na sua casa com seus negócios online]
Eu acredito que o maior erro no uso das tecnologias na sala de aula é fazer uso dela de forma tradicional. Continuar trabalhando com reprodução de conhecimento. Eu acredito no uso das tecnologias como construção de conhecimento. Para alcançar os 4 pilares da educação do século XXI. Aprender a conhecer (adquirir instrumentos de da compreensão), aprender a fazer (para poder agir sobre o meio envolvente), aprender a viver juntos (cooperação com os outros em todas as atividades humana), e finalmente aprender a ser (conceito principal que integra todos os anteriores). [Daniele Júlia, Pedagoga Especialista em Gestão de Instituições Educacionais e em Tecnologias Educacionais]
A tecnologia está em expansão, não há como negar, além do fato de que ela está presente em todos os processos da vida moderna. Mas, muitos profissionais acham que a tecnologia pode substituí-lo em seu papel de facilitador da aprendizagem, este é o primeiro erro. Outro erro, que na verdade é um problema, é saber quais tecnologias serão adequadas para determinadas disciplinas e/ou conteúdos, o professor deve estar ciente que o uso de tal ferramenta exige o domínio da mesma, para fazer face à geração “y”, que normalmente parece que nasceu com a tecnologia na cabeça tal a facilidade com que interage com ela. Não é usar qualquer tecnologia mas saber de antemão, através de uma pesquisa entre os alunos, qual a “bola” da vez pois o uso da tecnologia inapropriada pode gerar mais problemas e causar mais dúvidas que soluções. O uso de tecnologia (também chamada Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC's) exige planejamento e deve ser no momento certo para que o professor mantenha a disciplina e o foco dos alunos pois eles precisam entender que é importante entender a disciplina antes de realizar alguma atividade sobre ela. [José Ferreira Neto, do blog Veia Digital. É analista de suporte e professor no Senac em Rondônia]
Mais dicas de como usar os recursos tecnológicos em sala de aula
Durante estas três semanas, escrevendo este texto (pois é, escrevo vários rascunhos e depois reedito e escrevo no blog), li vários textos sobre o tema e que compartilho aqui para leitura. É sempre bom ler outras ideias e novas práticas. Segue algumas nos links abaixo.Artigos:
- Como inovar com os recursos tecnológicos em www.
educacaoadventista.org.br; - Recursos tecnológicos lúdico em sala de aula em www.educacaoetecnologia.org.br
; - O uso de recursos tecnológicos em sala de aula: relato envolvendo experiências do PIBID do curso de Pedagogia da UFPI em PDF.
- A tecnologia invade a sala de aula: veja recursos que auxiliam o ensino em www.techtudo.com.br;
- A tecnologia precisa estar presente na sala de aula em www.educarparacrescer.abril.
com.br.
Sites:
- TICs na Prática;
- Discovery Education;
- Microsoft na Educação;
- Banco Internacional de Objetos Educacionais;
- Intel Educação.
Entre outros sites de grandes empresas que dedicam um pouco à Educação.
Concluindo
Independente da ferramenta tecnológica que utilizará em suas aulas, se faz necessário que ela se encaixe em seu perfil de professor (seja lá qual for a disciplina), e, por outro lado, seja uma ferramenta de auxílio compartilhada para seus alunos.
Esses recursos não podem substituir as suas aulas "tradicionais", mas, que elas possam inspirar, motivar e construir um aprendizado significativo. Desta forma, sua aplicação fará todo sentido e trará benefícios para a escola, para o professor e para os alunos.
Se identificar com um recurso tecnológico, pode trazer mais chances de aprendizado (para professor e aluno), do que abraçar um montante de recursos que não serão explorados de maneira adequada.
Esses recursos não podem substituir as suas aulas "tradicionais", mas, que elas possam inspirar, motivar e construir um aprendizado significativo. Desta forma, sua aplicação fará todo sentido e trará benefícios para a escola, para o professor e para os alunos.
Se identificar com um recurso tecnológico, pode trazer mais chances de aprendizado (para professor e aluno), do que abraçar um montante de recursos que não serão explorados de maneira adequada.
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