segunda-feira, 10 de junho de 2013

Nikolai Seest - Porvir - Terra Educação - 06/06/2013 - São Paulo, SP Em seu clássico On the Road, Jack Kerouac dizia gostar das pessoas que queimam como fogos de artifício. Hoje, o que não falta são jovens com a cabeça em ebulição de tantas ideias. E nem sempre são ideias simples. Muitos destes “pequenos” idealistas querem desenvolver projetos que, além de ser a base para a carreira que pretendem seguir, podem mudar o mundo. Para ajudar esses jovens a inovar, o educador e empreendedor dinamarquês Nikolai Seest já realizou mentorias em mais de 300 projetos de negócios criativos em seu país e também no exterior, como foi o caso Yes!, na Groelândia, que reúne um grupo de jovens empreendedores para, em 2 anos de formação, resolver problemas culturais, econômicas e ambientais do meio em que vivem. Por conta dessa experiência com inovação e empreendedorismo, Seest foi convidado pelo Ministério da Educação da Dinamarca a criar uma iniciativa que auxiliasse professores que também desejassem inovar em sala de aula, o que resultou no Pioneer. A metodologia do projeto é simples e direta: mãos na massa. Por isso, desde 2007 foram criados diversos worskhops, encontros, campanhas e revistas que trazem um compilado de informações sobre o tema. Em passagem recente pelo Brasil, Seest diz que ficou encantando com as escolas democráticas, mas completa, com bom humor: “Gostaria de ter visitado escolas tradicionais. Só conheci escolas democráticas e fiquei com a impressão que a educação no Brasil é inovadora, gostaria de ter uma visão mais ampla”. Apesar de ter passado pouco tempo, o educador afirma que ficou impressionado com o número de pessoas engajadas e que querem uma nova educação, com mais impacto. “Sei que pode demorar muito tempo para que aconteçam mudanças. Mas é fato que muitos já entendem o que está ai como obsoleto e já estão buscando novidades. Isso é uma tendência global e a transformação é inevitável”, diz. Antes de ir embora, Seest deixou umas das revistas da Pioneer e autorizou o Porvir a traduzir um cartaz que os professores dinamarqueses colavam em suas salas de aula. Confira as dicas. Dez passos para ter mais inovação no ensino e no aprendizado: 1 – Dos horários fixos para as atividades dinâmicas Organizar o ensino de maneira mais dinâmica e aproveitar as oportunidades que surgem durante o processo. Fortalecer a improvisação. 2 – Dos conhecimentos adquiridos dentro da sala de aula para aqueles obtidos fora da escola O aprendizado ocorre em todos os lugares - na sala de aula e no mundo que nos rodeia. Hoje, as crianças e os jovens obtêm informações de muitas fontes, e a realidade exterior desempenha um papel cada vez maior no ensino e na aprendizagem. 3 – Do conhecimento teórico ao conhecimento aplicado na prática Os alunos usam o conhecimento teórico como base para a concepção e desenvolvimento de soluções práticas para problemas concretos, realistas. 4 – De respostas certas às perguntas abertas Os alunos não devem apenas ser incentivados a dar as respostas certas, mas também a agir como antropólogos, curiosos e repórteres que trazem novos conhecimentos valiosos que podem ser usados ??para a criação de novas perguntas. 5 – De problemas fictícios para os desafios reais Motivar os alunos a explorarem a realidade ao redor, em vez de ficar inventando problemas para serem resolvidos. 6 – Da aprendizagem passiva para uma participação ativa Transformar os alunos em agentes ativos, criadores. Eles devem se envolver na geração de novos conhecimentos e novas soluções. 7 – De aprender com a cabeça para aprender com o corpo inteiro O ensino deve mesmo inspirar os alunos a tocar, cheirar e mergulhar num assunto em vez de apenas ler um livro ou olhar para uma tela. 8 – De trabalhos individuais para a solução de problemas em conjunto Em vez de priorizar o trabalho individual do aluno, colocar um problema no centro de todos eles, para que o conhecimento individual contribua para a resolução em conjunto. 9 – Do professor como especialista onisciente para o professor como facilitador O professor deve ajudar a trazer novos conhecimentos em vez de ficar narrando velhos conhecimentos. Ele é responsável por seu método e deve usar técnicas e ferramentas diferentes para ensinar. 10 – Da sala de aula formal a oficina experimental A sala de aula deve ser um laboratório para a experimentação, em vez de um ambiente rígido e formal. Elas precisam ser espaços onde os erros são permitidos.


Nikolai Seest - Porvir - Terra Educação - 06/06/2013 - São Paulo, SP

Em seu clássico On the Road, Jack Kerouac dizia gostar das pessoas que queimam como fogos de artifício. Hoje, o que não falta são jovens com a cabeça em ebulição de tantas ideias. E nem sempre são ideias simples. Muitos destes “pequenos” idealistas querem desenvolver projetos que, além de ser a base para a carreira que pretendem seguir, podem mudar o mundo. Para ajudar esses jovens a inovar, o educador e empreendedor dinamarquês Nikolai Seest já realizou mentorias em mais de 300 projetos de negócios criativos em seu país e também no exterior, como foi o caso Yes!, na Groelândia, que reúne um grupo de jovens empreendedores para, em 2 anos de formação, resolver problemas culturais, econômicas e ambientais do meio em que vivem.
Por conta dessa experiência com inovação e empreendedorismo, Seest foi convidado pelo Ministério da Educação da Dinamarca a criar uma iniciativa que auxiliasse professores que também desejassem inovar em sala de aula, o que resultou no Pioneer. A metodologia do projeto é simples e direta: mãos na massa. Por isso, desde 2007 foram criados diversos worskhops, encontros, campanhas e revistas que trazem um compilado de informações sobre o tema. Em passagem recente pelo Brasil, Seest diz que ficou encantando com as escolas democráticas, mas completa, com bom humor: “Gostaria de ter visitado escolas tradicionais. Só conheci escolas democráticas e fiquei com a impressão que a educação no Brasil é inovadora, gostaria de ter uma visão mais ampla”.
Apesar de ter passado pouco tempo, o educador afirma que ficou impressionado com o número de pessoas engajadas e que querem uma nova educação, com mais impacto. “Sei que pode demorar muito tempo para que aconteçam mudanças. Mas é fato que muitos já entendem o que está ai como obsoleto e já estão buscando novidades. Isso é uma tendência global e a transformação é inevitável”, diz. Antes de ir embora, Seest deixou umas das revistas da Pioneer e autorizou o Porvir a traduzir um cartaz que os professores dinamarqueses colavam em suas salas de aula. Confira as dicas.
Dez passos para ter mais inovação no ensino e no aprendizado:
1 – Dos horários fixos para as atividades dinâmicas
Organizar o ensino de maneira mais dinâmica e aproveitar as oportunidades que surgem durante o processo. Fortalecer a improvisação.
2 – Dos conhecimentos adquiridos dentro da sala de aula para aqueles obtidos fora da escola
O aprendizado ocorre em todos os lugares - na sala de aula e no mundo que nos rodeia. Hoje, as crianças e os jovens obtêm informações de muitas fontes, e a realidade exterior desempenha um papel cada vez maior no ensino e na aprendizagem.
3 – Do conhecimento teórico ao conhecimento aplicado na prática
Os alunos usam o conhecimento teórico como base para a concepção e desenvolvimento de soluções práticas para problemas concretos, realistas.
4 – De respostas certas às perguntas abertas
Os alunos não devem apenas ser incentivados a dar as respostas certas, mas também a agir como antropólogos, curiosos e repórteres que trazem novos conhecimentos valiosos que podem ser usados ??para a criação de novas perguntas.
5 – De problemas fictícios para os desafios reais
Motivar os alunos a explorarem a realidade ao redor, em vez de ficar inventando problemas para serem resolvidos.
6 – Da aprendizagem passiva para uma participação ativa
Transformar os alunos em agentes ativos, criadores. Eles devem se envolver na geração de novos conhecimentos e novas soluções.
7 – De aprender com a cabeça para aprender com o corpo inteiro
O ensino deve mesmo inspirar os alunos a tocar, cheirar e mergulhar num assunto em vez de apenas ler um livro ou olhar para uma tela.
8 – De trabalhos individuais para a solução de problemas em conjunto
Em vez de priorizar o trabalho individual do aluno, colocar um problema no centro de todos eles, para que o conhecimento individual contribua para a resolução em conjunto.
9 – Do professor como especialista onisciente para o professor como facilitador
O professor deve ajudar a trazer novos conhecimentos em vez de ficar narrando velhos conhecimentos. Ele é responsável por seu método e deve usar técnicas e ferramentas diferentes para ensinar.
10 – Da sala de aula formal a oficina experimental
A sala de aula deve ser um laboratório para a experimentação, em vez de um ambiente rígido e formal. Elas precisam ser espaços onde os erros são permitidos.

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