Uma manifestação para alertar a população sobre a necessidade do diagnóstico precoce e preciso de autismo foi realizado nesta terça-feira (2), na Boca Maldita. O ato reuniu associações de apoio, escolas especiais, pais e mestres de crianças autistas.
A secretária municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Mirella Prosdocimo, participou da manifestação. “O diagnóstico precoce do autismo pode significar uma atenção especializada mais cedo, traduzida por uma integração social maior no futuro das crianças com autismo”, explica Mirella.
Durante a manifestação, foi iniciado o primeiro cadastro de autistas que moram em Curitiba, com o objetivo de obter um número aproximado de autistas. Esse estudo é fundamental para estabelecer programas de saúde publica junto aos órgãos federal, estadual e municipal. Dados do primeiro estudo de Prevalência dos Transtornos do Espectro Autista indicam que é de 1% o porcentual da população mundial com autismo explica a psiquiatra infantil Miriam Biasão.
Nesta terça à noite, a partir das 19 horas, a estufa do Jardim Botânico estará iluminada na cor azul, para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce do autismo. O azul é a cor símbolo da campanha pelo diagnóstico do autismo.
Diagnóstico
Adriana Czelusniak, 31 anos, jornalista, é mãe de Gabriel, de 7 anos, que tem autismo. “Quando Gabriel tinha três anos, uma tia que trabalha na Apae notou atitudes que indicavam a presença da síndrome. Passamos por cinco neuropediatras. Uns confirmaram o diagnóstico e, outros não. Nos encaminharam a uma psicóloga que afirmou que o menino tinha falta de limites. Daí para o diagnóstico preciso, foram muitas consultas”, explicou. Hoje, Gabriel tem acompanhamento profissional, frequenta a escola regular e conta com apoio de médicos. “Nossa luta não é apenas no dia 2 de abril. É uma luta diária, para conscientização e importância do diagnóstico seguro”, disse Adriana, que faz parte da UPA – União de Pais de Autistas.
Sandra Vieira, integrante do Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas disse que, desde que o ambulatório, implantado há um ano, tem visto crescer a demanda de pais que procuram por atendimento para filhos autistas.
Como reconhecer crianças autistas:
O autismo é uma síndrome que afeta o desenvolvimento em três importantes áreas: comunicação, socialização e comportamento. As crianças autistas têm algumas características marcantes, como isolamento ou solidão; balanceio do corpo; evita contato visual; recusa contato físico; resiste às mudanças; angústia, tendência a auto-agressividade; pode começar a falar tardiamente ou nunca chegam a falar, apresenta ecolalias (repetição de palavras ou frases) e não responde às ordens verbais. Atua como se fosse surdo. “É fantástico trabalhar com eles. Uma descoberta e um aprendizado diário”, diz a psiquiatra infantil Miriam Biasão, que enfatiza a importância dos pais e professores entenderem o primeiro sintoma do autismo, que é o olhar diferente, que transpassa o campo visual.
Presente ao ato público também estavam mães integrantes da AAMPARA – Associação de Atendimento e Apoio ao Autista.
Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/ato-publico-marca-dia-do-autismo/29025
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