quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Avaliações

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
A melhor forma de aprenderUma prova não é apenas um mecanismo de avaliar o quanto uma pessoa aprendeu. De acordo com uma nova pesquisa, ela pode efetivamente auxiliar no aprendizado e ainda funcionar melhor do que uma série de outras técnicas de estudo.
Numa pesquisa publicada há poucas semanas na revista Science, alunos universitários tiveram que estudar um texto científico e, depois de uma semana, foram avaliados sobre o aprendizado do seu conteúdo. Os que fizeram uma prova sobre o texto logo após a sua leitura tiveram um aproveitamento aproximadamente 50% melhor do que os alunos que utilizaram outros dois métodos tradicionais de estudo.
Um desses métodos – ler o material diversas vezes – é muito popular entre os estudantes que lêem e relêem todo o material antes das provas. O outro – desenhar diagramas detalhados sobre o assunto – é estimulado por muitos professores porque força os estudantes a fazerem ligações entre fatos.
O interessante é que esses outros métodos não são apenas populares, mas também passam a ilusão ao estudante de que são melhores. Essa constatação foi feita pelos próprios pesquisadores, que pediram para esses alunos fazerem uma previsão de quanto eles lembrariam na semana seguinte com o método utilizado. Os que fizeram a prova após lerem o texto previram que eles lembrariam menos do que os outros estudantes previram, mas o resultado foi justamente o oposto.
Mas isso significa que devemos instituir mais provas nas escolas? Não necessariamente. Alguns especialistas dizem que algumas provas não são oportunidades de aprendizado e que precisamos de um tipo diferente de prova.
Durante a pesquisa, os estudantes foram divididos em quatro grupos. Um apenas leu o texto durante cinco minutos. Outro estudou o texto em quatro sessões consecutivas de cinco minutos.
Um terceiro grupo desenvolveu um mapa conceitual onde, com o texto em sua frente, organizou a informação em um diagrama, escrevendo detalhes e ideias dentro de círculos e fazendo a ligação desses círculos de uma forma organizada.
O último grupo fez uma prova para praticar o resgate das informações. Sem o texto em sua frente, os estudantes fizeram uma redação livre sobre o que eles lembravam por 10 minutos. Depois releram o texto e fizeram uma nova redação.
Os pesquisadores concluíram que praticar o resgate das informações resulta num aprendizado mais significativo do que o estudo através de mapas conceituais. A prática de resgatar informações se mostrou mais eficaz mesmo quando o critério de avaliação usado era o de criar um mapa conceitual do assunto.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Esqueça o que você sabe sobre bons hábitos de estudo
Estamos acostumados a ouvir diversas recomendações sobre bons hábitos de estudo, como escolher um local silencioso, manter uma rotina para fazer tarefas, estabelecer metas e limites, entre tantas outras. Mas como sabemos se esses hábitos são realmente bons?
Uma excelente matéria publicada no jornal New York Times analisou as descobertas mais recentes em hábitos de aprendizado e descobriu muitos resultados surpreendentes que podem ajudar qualquer pessoa, desde uma criança aprendendo a fazer contas, a um idoso aprendendo um novo idioma. Muitas destas descobertas contradizem a sabedoria popular, como por exemplo, ao invés de manter apenas um local de estudo, simplesmente alternando a sala onde a pessoa estuda aumenta a retenção.
De acordo com o autor da pesquisa que descobriu esse aumento de retenção ao se alternar o local de estudo, o cérebro faz associações sutis entre o que se está estudando e as sensações exteriores naquele momento, independentemente dessas percepções serem conscientes. Forçar o cérebro a fazer múltiplas associações com o mesmo material pode, na verdade, dar a essa informação mais relevância neural.
Pegue a noção de que crianças têm estilos específicos de aprendizagem, que alguns são “visuais” e outros “auditivos”; alguns são alunos que usam o “lado esquerdo” e outros o “lado direito” do cérebro. Numa recente revisão das pesquisas relevantes, publicada no jornal Psychological Science in the Public Interest, uma equipe de psicólogos descobriu quase nenhum fundamento para tais ideias.
Variar o tipo de material estudado numa única sessão de estudos – alternando, por exemplo, entre vocabulário, leitura e conversação de um novo idioma – parece deixar uma impressão mais profunda no cérebro do que se concentrar apenas em uma coisa de cada vez. Muitos atletas também costumam também misturar seus treinos com séries de força, velocidade e habilidade.
Cientistas descobriram que o estudo espaçado de um assunto – uma hora hoje, uma hora no final de semana e uma hora daqui a uma semana – melhora a capacidade de recordar esse assunto. Uma explicação é que o cérebro, quando volta naquele material num outro dia, precisa reaprender um pouco daquilo que ele havia esquecido e esse processo, em si, reforça o aprendizado.
Essa é uma razão pelo qual os cientistas julgam que os testes – ou provas simuladas – são ferramentas poderosas de aprendizagem, além de meramente ferramentas de avaliação. O processo de se extrair uma ideia parece fundamentalmente alterar a forma com que a informação é armazenada subsequentemente, tornando-a bem mais acessível no futuro.
Nada sugere que somente essas técnicas – alternar ambientes de estudo, misturar conteúdo, espaçar as sessões de estudo, fazer testes – resolverão os problemas de aprendizado, pois a motivação também importa muito. Mas, pelo menos, essas técnicas oferecem aos pais e estudantes um plano de estudo baseado em evidências, e não em sabedoria popular ou teorias vazias.
Vale lembrar que a forma como aprendemos importa não só para retermos eficientemente algumas informações para as diversas tarefas que executamos todos os dias, mas também porque o aprendizado induz mudanças neuroplásticas no cérebro que, consequentemente, pode aumentar nossas reservas funcionais e nossa saúde.

Colaboração: Prof. Haroldo

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