segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Vamos passear no parque?
Ontem após uma semana corrida, resolvi levar meu filho no Passeio Público aqui em Curitiba, pra quem não conhece é um zoo bem no meio da cidade. Quando era pequeno, era o melhor passeio que existia. Ver os bichos, lembro de leão, urso, araras e macacos, tinham os pedalinhos, a pipoca, o verde das arvores. Aquilo parecia um paraíso. Para mim, era gigantesco, levaria dias para conhecer, pelo menos quando tinha uns sete anos, via tudo assim. De quebra, do lado do passeio tinha o parque Alvorada, o melhor parque de diversões do mundo. Lógico, naquela época, o mundo se resumia há algumas quadras.
Ontem andando por lá, vi como as coisas mudaram. O lago onde existiam carpas que alimentavamos com pipocas, está completamente poluído. A água, que era escura, está verde. Salpicada de partículas de lixo, folhas, sacolas. Consegui ver apenas alguns peixinhos, rente a água tentando sobreviver na poluição.
Falando em peixes, em volta do serpentário, existiam peixes vermelhos, quase fosforecentes que encantavam os visitantes. Infelizmente o que vi, foi mais daquela água poluída e com mal cheiro, no lugar dos peixes, um pobre sapo morto, boiando na água.
Aquele espaço gigante de antes, foi reduzido. Muita gente, num espaço tão pequeno. Na verdade o passeio, virou uma manchinha verde no meio do asfalto. Um lugar barulhento, cheio de vendedores de sorvete, pipoca e balões. Até o cavalinho, onde tirei algumas fotos quando criança, ainda existe. Todo surrado, mal cuidado como o próprio parque.
Os animais maiores, se foram há décadas, transferidos para lugares maiores. Os pobres pássaros, trancados em espaços pequenos, as vezes até superlotados. Na natureza, em matas, em árvores verdes e exuberantes. Na prisão, em árvores secas, pois fica mais fácil para visalizar.
Bichos, apenas os que ficam fora das jaulas. Pessoas gordas, magras, feias, bonitas, esquisitas. Tudo misturado, bebâdos, crianças, pais, emos, desocupados, calçudos e rapers. Você vê de tudo, até pessoas que fazem, da grama, dormitório, motel, sanitário.
A falta de consciência é tão grande, que uma parte do parquinho que era um labirinto feito com tubos de cimento (manilhas), que era um dos brinquedos preferidos pela criançada da época, teve de ser lacrado. Era usado como banheiro, pelos vagabundos e desocupados.
Com isso uma parte da minha infância se foi e o pior, não vou poder mostrar para meu filho. Como diz a poesia ... "que saudades eu tenho da minha infância querida, que os anos não trazem mais..."
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